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    Lava Jato

    Empresa diz que entregou 99 caixas de bebidas de Lula em sítio de Atibaia

    AGUIRRE TALENTO
    LEANDRO COLON
    DANIELA LIMA
    DE BRASÍLIA

    04/03/2016 14h17

    Avener Prado/Folhapress
    Polícia Federal faz buscas no sítio frequentado pelo ex-presidente Lula e familiares em Atibaia, no interior de SP, nesta sexta-feira
    Polícia Federal faz buscas no sítio frequentado pelo ex-presidente Lula e familiares em Atibaia, no interior de SP, nesta sexta-feira

    A empresa Granero Transportes admitiu, em nota divulgada nesta sexta (4), que o pagamento dos serviços de armazenagem do acervo museológico do Instituto Lula foi feito pela construtora OAS, como apoiadora do Instituto. O contrato durou cinco anos, com valor mensal de mais de R$21 mil e teve fim no começo de janeiro deste ano, quando o Instituto retirou os bens.

    A adega de Lula, que incluía 99 caixas de bebida, com um custo mensal de mais de R$4 mil para armazenagem, também ficou na empresa, por um período mais curto, e foi entregue pela empresa, em junho de 2012, em um sítio em Atibaia (SP). Documentos que integram a 24ª fase da Operação Lava Jato, mostram que o inventário incluía principalmente vinhos.

    A empresa entregou ao Ministério Público Federal do Paraná toda a documentação referente à mudança de Lula para o interior de SP, a pedido dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Dentre a papelada está a lista de bebidas de três adegas em Brasília: da Granja do Torto e do Palácio da Alvorada, ambos residências da Presidência, e também do "escritório da primeira-dama [Marisa Letícia]".

    A lista é extensa e inclui vinhos, champagnes e espumantes de diversas origens –desde bebidas do Brasil até da Argentina, França, Espanha e Itália, por exemplo. Custam uma média de R$ 100 a R$ 300, em preços atuais do mercado.

    A relação também inclui cachaças e destilados, como as cachaças A Locomotiva e Triumpho, destilado chinês, vodca Stolichnaya e rum El Dorado (deste último foram registrados 29 exemplares na lista).

    De acordo com o ofício da empresa Granero Transportes, o inventário das bebidas foi elaborado pela própria Presidência da República e elas foram entregues no dia 13 de junho de 2012.

    "A adega do ex-presidente da República foi transportada para sítio localizado na região de Atibaia/SP. Por orientação do cliente, o veículo da empresa transportadora seguiu o recebedor Rogério Aurélio Pimentel até o local da entrega", diz trecho do documento.

    A Granero cuidou do armazenamento climatizado das bebidas, entre o início de 2011 e junho de 2012, até sua entrega em Atibaia. Pelo serviço, cobrou R$ 4.726,11 mensais. O contrato é assinado pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.

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