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    o impeachment

    Para evitar municiar oposição, Dilma quer impedir confrontos em atos

    GUSTAVO URIBE
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    07/03/2016 16h26

    Luciano Claudino/Codigo19 - 3.fev.2016/Folhapress
    A presidente Dilma Housseff durante cerimônia de entrega de imóveis, no interior de SP

    Com receio de que seja prejudicada com a radicalização do debate político, a presidente Dilma Rousseff decidiu atuar para tentar evitar que os protestos favoráveis e contrários à administração da petista acabem em confrontos.

    Nesta segunda-feira (7), o Palácio do Planalto passou o dia monitorando movimentos sociais e centrais sindicais e tentando sensibilizá-los a não insuflarem manifestações de rua no próximo domingo (13), quando estão marcadas manifestações no país de grupos a favor de seu impeachment.

    Depois da operação da Lava Jato que teve como alvo Lula, petistas e movimentos sociais passaram a defender a realização, também no domingo, de protestos para defender o ex-presidente.

    Dilma também entrou em contato com governadores a fim de pedir que evitem autorizar a realização no mesmo local, no dia 13, de manifestações de grupos que favoráveis e contrários ao governo.

    A avaliação é que a radicalização do debate político pode ser positiva para o PT, mas é negativa para o Planalto e pode alimentar ainda mais o discurso dos partidos de oposição de que o governo aposta na divisão do país.

    Se isto acontecer, avaliam assessores presidenciais, a oposição pode ganhar munição para tentar aprovar o pedido de abertura de um processo de impeachment.

    Na palavras de um assessor presidencial, "tudo o que o governo não precisa agora é dar mais um motivo para inflamar os movimentos contrários" ao governo.

    A presidente também avalia que a governabilidade também pode ser afetada, prejudicando a votação de propostas do ajuste fiscal no Congresso.

    Nos últimos dias, o governo tem constatado um aumento nas adesões às manifestações pelo impeachment nas redes sociais.

    A preocupação do Planalto é de que as recentes acusações contra a presidente e seu antecessor engrossem os protestos e, assim, retome a discussão sobre a saída da petista, que havia perdido força desde o final do ano passado.

    No esforço de evitar confrontos, os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) e Jaques Wagner (Casa Civil) reuniram-se com o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

    À tarde, a petista reuniu o núcleo político para traçar uma estratégia de atuação. "Pode haver um confronto de ideias, mas não um confronto físico. Temos de evitar a todo custo qualquer tipo de agressão tanto de um lado como de outro", disse a petista.

    Nas conversas com o governo, tanto o partido como as centrais sindicais garantiram que não apoiarão protestos no domingo (13), mas alegaram não ter poder de impedir a presença de integrantes na manifestação.

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