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    Lava Jato

    Delcídio cita Renan Calheiros e Aécio Neves em delação

    MÁRCIO FALCÃO
    AGUIRRE TALENTO
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    09/03/2016 02h00

    Evaristo Sá - 19.fev.16/AFP
    Workers Party (PT) senator Delcídio do Amaral (L), linked to the Petrobras corruption scandal, leaves the Transit Police Battalion compound upon being released by order of the Supreme Federal Tribunal, on February 19, 2016 in Brasilia. Do Amaral will be allowed to carry out his parliamentary activities normally but remaining confined home at night. AFP PHOTO/EVARISTO SA ORG XMIT: ESA080
    O senador Delcídio do Amaral deixa batalhão em Brasília

    A delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), além de agravar a crise política e reacender na oposição a pressão pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, traz citações a vários políticos, incluindo colegas do Senado.

    A Folha apurou com pessoas próximas à investigação que Delcídio fez referências a integrantes das cúpulas de PMDB, PSDB e PT. A reportagem não teve acesso ao contexto do suposto envolvimento desses políticos.

    Entre os nomes citados pelo senador estão parlamentares que já são investigados em inquéritos da Lava Jato no STF (Supremo tribunal Federal), como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Edison Lobão (PMDB-MA), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO).

    Delcídio também fez referências ao senador Aécio Neves (MG). O presidente do PSDB já foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff e pelo transportador de valores Carlos Alexandre Rocha, o Ceará, mas ambos os procedimentos com menções ao tucano foram arquivados.

    A simples menção feita pelo senador petista não indica que os citados cometeram crimes ou que serão investigados.

    Agora, os investigadores da Lava Jato vão analisar se os fatos atribuídos aos senadores têm indícios mínimos para justificar o pedido de abertura de inquérito.

    Segundo a Folha apurou, a citação a Renan, por exemplo, teria sido lateral. O presidente do Senado é alvo de seis inquéritos que apuram sua suposta ligação com os desvios da Petrobras.

    A delação de Delcídio ainda está na Procuradoria-Geral da República aguardando um ajuste solicitado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato.

    Na semana passada, a revista "IstoÉ" revelou trechos da colaboração do petista nos quais ele implica Dilma e o ex-presidente Lula, que negam ilegalidades.

    OUTROS LADOS

    A assessoria de Aécio Neves afirmou que não iria comentar a citação pela falta de "informação concreta" sobre o envolvimento do senador com Delcídio.

    Valdir Raupp afirmou à Folha que recebe com "estranheza" a informação de que teria sido citado. "Eu nunca tive uma relação mais próxima com Delcídio. Minha relação com ele sempre foi muito republicana", disse.

    A reportagem não conseguiu localizar na noite de terça (8) os demais senadores citados por Delcídio. Procurada, a defesa do petista disse desconhecer a delação.

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