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    Lava Jato

    Relator de processo contra Delcídio recomenda cassação do senador

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    09/03/2016 16h39

    O senador Telmário Mota (PDT-RR), relator do processo contra o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) apresentou nesta quarta-feira (9) o seu parecer pela cassação do petista por quebra de decoro parlamentar.

    O colegiado terá que decidir na próxima semana se concorda com o teor do relatório. Se for aprovado, o Conselho de Ética do Senado abrirá em definitivo o processo contra o senador petista.

    O relator considerou que, diante dos fatos já publicados sobre Delcídio, o processo de cassação deveria avançar. "No nosso estudo em cima do que foi apontado pela defesa e do que foi apurado, a gente encontrou esses indícios de que é preciso abrir esse processo. ", afirmou Telmário.

    O senador disse que há indícios de que houve quebra de decoro parlamentar. "A defesa alega que, naquela conversa, o senador estava tendo uma conversa particular, familiar. O senador é senador no banheiro, no futebol, no plenário. Ele é senador a todo momento. Então, não tem conversa particular", afirmou.

    Telmário fez referência à conversa de Delcídio com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O petista era líder do governo no Senado quando foi preso, em 25 de novembro, acusada de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

    Bernardo gravou uma conversa na qual o senador oferecia R$ 50 mil para a sua família e um plano de fuga para que o ex-diretor não fechasse acordo de delação premiada com o Ministério Público.

    Telmário afirmou ainda que a delação premiada feita por Delcídio, se for homologada pelo Supremo Tribunal Federal, incriminará o petista e chamou o senador de "frouxo" por ter feito o acordo de delação.

    "O delator tem dois defeitos: primeiro ele é reu confesso e depois ele é frouxo. [...] Para mim, o corrupto tem que ficar bem pianinho. Tem que voltar lá para o lugar dele", disse.

    O conselho volta a se reunir na próxima quarta (16) para votar o relatório.

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