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    Lava Jato

    Após negar destruição de prova, marqueteiro do PT fica calado na PF

    GRACILIANO ROCHA
    ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA
    JULIANA COISSI
    DE CURITIBA

    10/03/2016 12h26

    O publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, permaneceram em silêncio no depoimento desta quinta-feira (10) na sede da Polícia Federal em Curitiba, segundo a Folha apurou.

    É a primeira vez que o marqueteiro das campanhas presidenciais do PT e sua mulher são chamados para depor depois que o juiz Sergio Moro converteu suas prisões em preventivas (sem prazo definido) na semana passada.

    Na única declaração que proferiu, João Santana negou que tenha sido responsável pela exclusão de sua conta no Dropbox, um serviço de armazenamento e compartilhamento de arquivos em nuvem enquanto a polícia ainda estava cumprindo os mandados de prisão e de busca e apreensão em fevereiro. Depois disso, o marqueteiro permaneceu em silêncio.

    A exclusão da conta usada por Santana no Dropbox foi descoberta graças à quebra do sigilo dos e-mails do marqueteiro e da mulher e foi um dos motivos que fundamentaram a decisão do juiz Moro para decretar a prisão preventiva, na semana passada, por indício de tentativa de obstrução da investigação.

    No primeiro depoimento, logo depois do casal ter viajado da República Dominicana ao Brasil para ser preso, Mônica admitiu que recebeu US$ 3 milhões de uma offshore atribuída à Odebrecht e US$ 4,5 milhões do lobista Zwi Skornicki em uma conta secreta na Suíça. A versão dos publicitários é que o dinheiro era pagamento por campanhas presidenciais no Panamá e em Angola.

    Planilhas apreendidas com uma secretária da Odebrecht indicam que o marqueteiro também recebeu pagamentos da empreiteira no Brasil, em dinheiro vivo, entre 2008 e 2015 –o que Santana nega.

    Na última terça, a Folha revelou que a secretária Maria Lúcia Tavares –apontada pela PF como uma espécie de responsável pela contabilidade clandestina da empreiteira– passou a colaborar com os investigadores da Operação Lava Jato no âmbito da negociação de um acordo de delação premiada.

    Era Maria Lúcia, secretária lotada na sede da empresa em Salvador, que guardava as planilhas que indicavam pagamentos a "Feira" –o apelido dado ao marqueteiro do PT e à mulher dele, Mônica Moura, que estão presos desde o dia 23 de fevereiro, em Curitiba.

    O acordo de delação dela ainda não foi homologado, mas a negociação foi confirmada por três fontes com conhecimento do caso.

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