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    Lava Jato

    Procuradoria pede abertura de sétimo inquérito contra Renan na Lava Jato

    MÁRCIO FALCÃO
    AGUIRRE TALENTO
    DE BRASÍLIA

    11/03/2016 19h41

    Alan Marques - 2.dez.15/Folhapress
    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em sessão no plenário da Casa
    O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em sessão no plenário da Casa

    A Procuradoria-Geral da República enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) o sétimo pedido de abertura de inquérito contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por suspeita de envolvimento com o esquema de corrupção da Petrobras.

    A nova linha de investigação requerida pela Procuradoria leva em conta a delação premiada de Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, entregador de valores do doleiro Alberto Youssef.

    Ele afirmou aos investigadores que foi até Maceió (AL) fazer a entrega de R$ 1 milhão e que, ao retornar a São Paulo, questionou o doleiro sobre o destinatário dos recursos.

    Segundo relato de Ceará, Youssef "respondeu em alto e bom som que o dinheiro era para Renan Calheiros". Ele disse não se recordar de quando exatamente teria sido feito o repasse, mas entre 2009 e 2014.

    O entregador apontou que os valores seriam motivados diante da mobilização no Congresso para a instalação de uma CPI para investigar a Petrobras e que o dinheiro seria parte de dívida da Camargo Correa com Youssef.

    Aos investigadores, Youssef disse que pediu que Ceará levasse o dinheiro a Alagoas para a OAS, uma vez que ele respondia pela administração do caixa dois das empreiteiras. Ele negou que o dinheiro seria para Renan.

    A Procuradoria, no entanto, aponta que há elementos conectados entre si para justificar a instauração do inquérito, como interceptações telefônicas. A Procuradoria avalia que há indícios de vantagem pecuniária indevida ao parlamentar.

    O Ministério Público sugere que seja tomado o depoimento de Renan "em momento oportuno" e que sejam ouvidos empreiteiros, como o dono da OAS, Léo Pinheiro.

    A abertura do novo inquérito ainda precisa de aval do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. A suspeita é de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

    A defesa de Renan disse que ainda não tomou conhecimento do pedido da Procuradoria. O senador tem negado ligação com o esquema de corrupção da Petrobras. Em nota, a assessoria do peemedebista disse que o senador "reitera q e zero a chance de ter participado ou cometido irregularidades e reafirma também que não conhece Alberto Youssef e nem a pessoa denominada como Ceará.

    O presidente do Senado já é alvo de outros seis inquéritos que apuram sua ligação com o esquema de corrupção da Petrobras. Ele já foi citado por cinco delatores como destinatário de propina desviada da Petrobras, como Paulo Roberto Costa, Alberto Youssef, Fernando Baiano, Ricardo Pessoa e Nestor Cerveró.

    Além da Lava Jato, Renan responde a outro inquérito que apura se uma empreiteira pagava pensão de uma filha que teve fora do casamento.

    A Procuradoria também pediu abertura de outro inquérito para investigar a movimentação financeira suspeita de Renan no valor de R$ 5,7 milhões. O ministro Dias Toffoli ainda precisa autorizar a investigação.

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