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    Em comitê, movimentos trocam dicas com políticos

    PAULA REVERBEL
    DE SÃO PAULO

    13/03/2016 02h00

    Deputados da oposição e parlamentares que pertencem oficialmente à base aliada mas estão descontentes com o governo da presidente Dilma Rousseff têm trocado figurinhas e recebido recomendações dos movimentos que organizam os protestos marcados para este domingo.

    A troca de experiências acontece formalmente no Comitê do Impeachment, que está mapeando os votos favoráveis a saída da presidente e acompanha o comportamento de partidos ou deputados que esboçam mudança de posicionamento.

    "Há a clara compreensão de que as manifestações precisam ter o mesmo nível de representação no Congresso que têm nas ruas", afirmou o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).

    Ele e o colega Darcisio Perondi (PMDB-RS), um dos coordenadores dos trabalhos, creem que haja correlação entre declaração do senador Aécio Neves (MG), -de que a bancada iria "botar a cara" nas ruas pelo impeachment-, com os trabalhos do comitê de aproximação entre movimentos e congressistas.

    Araújo ressalta, porém, que o comitê não exerce autoridade sobre nenhum parlamentar. "Na hora que essa discussão se dá [nas reuniões], ela catalisa ideias, que são então levadas em consideração por outros parlamentares", declarou.

    Perondi afirma que a "expertise dos manifestantes" ajudou a motivar o parlamento para delinear um plano de ação nos protestos.

    Segundo ele, foram os membros do comitê que, por exemplo, sugeriram a presença de congressistas importantes no protesto de São Paulo, na av. Paulista.

    O peemedebista diz ainda que partiu dos representantes do MBL (Movimento Brasil Livre) e do Vem Pra Rua a ideia de intensificar os esforços de políticos em Fortaleza e Salvador, além das cidades tradicionais (Brasília, São Paulo, Rio, Porto Alegre e Recife), por causa de maior capacidade da imprensa dessas capitais repercutir um eventual sucesso local.

    Também são trocadas dicas de divulgação dos protestos e mobilização on-line.

    "Depois dos protestos de 2013, eu li livros sobre as redes sociais, mas não conhecia, até agora, o poder geométrico de multiplicação do Whatsapp, do Twitter e do Facebook", disse Perondi.

    Ele afirma que, além dos partidos de oposição, cinco partidos da base aliada frequentam os encontros: PMDB, PTB, PSC, PSD e PRB.

    Renan Santos, membro do MBL que frequenta o comitê, viaja a Brasília toda semana. O professor universitário Jailton Almeida, do Vem Pra Rua, também participa.

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