• Poder

    Sunday, 19-May-2024 05:11:43 -03

    o impeachment

    Aliviado com falta de confrontos, governo vê força nos protestos

    DE BRASÍLIA

    13/03/2016 12h28

    Integrantes do governo Dilma Rousseff se mostraram, até agora, aliviados com a falta de confrontos nos protestos realizados na manhã deste domingo (13).

    À Folha, eles disseram que as manifestações contra a presidente estavam "fortes", como indicava o monitoramento feito pelo Planalto nos últimos dias. Em Brasília, 100 mil foram às ruas, segundo a Polícia Militar. No Rio, o ato se concentra na orla de Copacabana.

    A maior preocupação, dizem dois ministros que já falaram com a presidente, é a manifestação em São Paulo, que acontecerá à tarde. Se a marcha na av. Paulista for muito forte, diz um ministro, vai sinalizar para a presidente a necessidade urgente de fazer algo para escapar do impeachment.

    Segundo um ministro ouvido pela reportagem, todos sabem das dificuldades, mas a presidente precisa se reinventar.

    A petista pediu a ministros do núcleo político que permaneçam em Brasília no domingo, em um gabinete de crise. Em reunião na noite de quinta (10), ela manifestou receio de que o pedido de prisão preventiva de Lula acirre a radicalização e gere confrontos.

    Os organizadores esperam que o ato na Paulista seja similar ao de agosto do ano passado, que reuniu 135 mil pessoas, segundo o Datafolha.

    O governo avalia que o tamanho da adesão aos protestos será decisivo para definir com que força o processo de impeachment será retomado no Congresso.

    Caso as ruas sejam tomadas como no início de 2015, o Palácio do Planalto pedirá a centrais sindicais e movimentos sociais que reforcem a defesa da presidente.

    Neste sábado, Dilma afirmou que atos de violência seriam um desserviço ao país.

    "Para mim é muito importante a democracia no nosso país. Então, eu acredito que o ato de amanhã deve ser tratado com todo respeito. Não acho que seja cabível, e acho que é um desserviço para o Brasil, qualquer ação que constitua provocação, violência e atos de vandalismo de qualquer espécie", disse.

    Dilma ainda comparou os dias de hoje com a ditadura militar e destacou a liberdade para se manifestar.

    "Nós vivemos numa época especial. Vivi num momento em que se você manifestasse, ia preso. Se discordasse, ia preso. Agora não. Vivemos um momento em que as pessoas podem se manifestar, podem externar o que pensam, e isso é algo que temos de preservar."

    MONITORAMENTO

    Desde o início da semana, o núcleo político do governo federal vem monitorando movimentos sociais e pedindo para que militantes pró-PT e a favor do governo desistam de fazer manifestações neste domingo (13).

    Na quarta-feira (9), a maior parte dos grupos contrários ao impeachment havia desistido, mas o pedido de prisão preventiva estimulou a maior parte deles a voltar às ruas em defesa do ex-presidente petista.

    A avaliação é que a radicalização do debate político pode ser positiva para o PT, mas é negativa para o Palácio do Planalto e pode alimentar ainda mais o discurso dos partidos de oposição de que o governo aposta na divisão do país.

    Se isto acontecer, avaliam assessores presidenciais, a oposição pode ganhar munição para tentar aprovar o pedido de abertura de um processo de impeachment.

    Na palavras de um assessor presidencial, "tudo o que o governo não precisa agora é dar mais um motivo para inflamar os movimentos contrários" ao governo.

    A presidente avalia que a governabilidade também pode ser afetada, prejudicando a votação de propostas do ajuste fiscal no Congresso.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024