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    o impeachment

    'Vamos continuar resistindo', diz líder do governo no Senado

    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    13/03/2016 18h24

    Mesmo com o crescimento dos protestos pelo impeachment da Dilma Rousseff em todo o país, líderes do PT avaliam que ainda será possível mostrar algum tipo de reação caso movimentos sociais e simpatizantes da presidente inflem as manifestações a favor do governo marcadas para o fim desta semana.

    Para o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PE), não há como negar que os atos deste domingo (13) foram fortes, mas ele afirmou à Folha que a base do PT e dos movimentos a favor da permanência de Dilma à frente do Planalto continuarão "resistindo.

    "Vamos continuar resistindo na luta pela manutenção do governo. Vamos fazer o enfrentamento. Ela não vai sofrer um processo como o do Collor, que caiu sem qualquer resistência", afirmou Costa em referência ao ex-presidente Fernando Collor, que em 1992, sofreu um processo de impeachment.

    O senador reclamou ainda que a oposição e a imprensa não dão "trégua" para que a presidente possa ter um respiro para reestruturar o seu governo.

    Líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), afirmou que fatos recentes, como a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo, inclusive, a sua prisão preventiva, na última quarta-feira (9), ajudaram a inflamar ainda mais as manifestações.

    O protesto contra Dilma em São Paulo é o maior ato já registrado na cidade, superando inclusive a manifestação pelas Diretas Já em 1984. Segundo contagem parcial do Datafolha, cerca de 450 mil pessoas estavam presentes às 16h na região da avenida Paulista.

    Para Humberto Costa, o fim prematuro do governo Dilma representará uma ruptura do sistema democrático. "Independente dos argumentos [de quem protesta], não há justificativa para o processo de impeachment. Não há acusações comprovadas contra a presidente Dilma Rousseff. O que há é o momento ruim da economia e da política mas temos um sistema presidencialista e a derrubada de uma presidente será uma ruptura do sistema democrático", disse.

    GOVERNO PARADO

    Mais cético que os colegas, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), afirmou que "ninguém pode desconhecer a força das manifestações populares em uma democracia". Para o peemedebista, o governo só terá chance de se recompor caso haja uma reação forte do setor econômico. "Se não melhorar a economia, a pressão será cada vez maior e o governo está parado, sem reação", disse.

    Maior partido da base aliada, o PMDB avalia romper definitivamente com o governo em até 30 dias. Em sua convenção nacional, realizada em Brasília neste sábado, muitas alas da legenda pressionaram por um rompimento imediato.

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