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    o impeachment

    Lula decide viajar a Brasília para discutir com Dilma ministério

    GUSTAVO URIBE
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA
    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    14/03/2016 18h26

    Em reação ao poder de mobilização dos protestos favoráveis ao impeachment deste domingo (13), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu viajar na noite de terça-feira (15) a Brasília para discutir com a presidente Dilma Rousseff a possibilidade de nomeação para um cargo na Esplanada dos Ministérios.

    A decisão foi informada nesta segunda-feira (14) a ministros e a auxiliares da petista, que têm feito pressão sobre o petista para que ele aceite convite da presidente e ajude o governo federal a evitar uma debandada de partidos da base aliada no Congresso Nacional.

    Na semana passada, o petista avisou ao Palácio do Planalto que não aceitaria uma pasta até decisão da Justiça de São Paulo sobre pedido de prisão preventiva. A decisão foi tomada em uma tentativa de evitar passar a mensagem de que ele aceitaria o cargo para não ser preso.

    Alguns integrantes da cúpula da bancada de deputados federais do PT dizem que Lula já tomou a decisão de aceitar uma pasta. Aliados do ex-presidente, porém, dizem que ele está "com muita vontade de aceitar", principalmente porque "desta vez, Dilma não fez um convite, mas um apelo". Algumas questões, contudo, ainda o preocupariam.

    Em primeiro lugar, o petista teme que a presidente seja acusada de tentativa de obstrução jurídica ao permitir que ele tenha foro privilegiado com a possibilidade de prisão preventiva. Para acabar com essa dúvida, os advogados do petistas foram acionadas para avaliar essa questão. Segundo a Folha apurou, o Palácio do Planalto também tem avaliado esse eventual impedimento.

    O ex-presidente ainda teria pedido carta branca para compor uma nova equipe ministerial, que poderia contar com nomes do porte de Nelson Jobim e Henrique Meirelles. O ex-ministro Ciro Gomes também é cogitado, apesar das críticas feitas ao PT e ao próprio Lula.

    Outra preocupação de Lula está no PMDB. O ex-presidente gostaria de ter a segurança de contar com o partido de Michel Temer caso aceite a tarefa. Na avaliação de petistas, seria desastroso se o PMDB desembarcasse do governo mesmo depois da nomeação de Lula.

    A assessoria do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, na noite desta segunda-feira (14), que ele ainda não decidiu se assumirá um ministério. A assessoria não confirmou se Lula vá terça-feira (15) a Brasília. A reunião com a bancada está marcada para quarta-feira.

    PRESSA

    Com a decisão da juíza Maria Priscilla Veiga Oliveira de transferir o caso ao juiz Sergio Moro, a avaliação entre ministros e petistas é de que a juíza "amarelou" e de que o petista não pode esperar a decisão do juiz da Operação Lava Jato para assumir uma pasta.

    O caso irá da 4ª Vara Criminal da capital paulista à 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), onde tramita a Lava Jato.

    De acordo com a decisão, as acusações da Promotoria de São Paulo de que Lula teria cometido crimes de lavagem de dinheiro visam "trazer para o âmbito estadual algo que já é objeto de apuração e processamento pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) e pelo Ministério Público Federal".

    Em três trechos da decisão, a juíza afirma que a promotoria de São Paulo não apontou a origem da lavagem de dinheiro, ou seja, não explicou qual o crime antecedente que acumulou o dinheiro a ser lavado. As explicações que faltam, diz a juíza, correm na Lava Jato.

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