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    o impeachment

    Delcídio acusa congressistas de receber suborno em CPI

    DE SÃO PAULO

    15/03/2016 15h39

    Pedro Franca - 26.fev.2014/Associated Press
    O senador Delcídio do Amaral (PT-MS)
    O senador Delcídio do Amaral (PT-MS)

    O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) disse em depoimento de delação que empreiteiras conspiraram junto a deputados e senadores para frear convocações de empresários na CPI da Petrobras, em 2014.

    Segundo o senador, empreiteiros liderados por Léo Pinheiro, da OAS, se reuniram em uma série de ocasiões em Brasília para discutir com congressistas o andamento da CPI.

    "Nessas reuniões, os parlamentares pediam dinheiro para os empresários em troca da derrubada de requerimentos [de convocação]", disse Delcídio.

    Delcídio disse ainda que, pelo tom de conversas que teve com o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, e com o lobista Júlio Camargo, a propina chegou a ser paga.

    O senador mencionou quatro colegas que participavam das reuniões com empreiteiros. São eles: os deputados federais Marco Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (SD-PR) e os à época senadores Gim Argello (PTB-DF) e Vital do Rêgo (PMDB-PB). Rêgo hoje é ministro do Tribunal de Contas da União.

    Segundo Delcídio, os deputados e senadores da CPI diziam que precisavam de dinheiro "para campanha", mas os valores acabaram pagos em espécie, "por fora".

    O senador afirmou ainda que essa prática não é "inédita" no Congresso.

    Leia a íntegra da delação:

    Leia a íntegra da delação

    CPI DO CACHOEIRA

    Outra operação para enterrar uma CPI descrita no acordo ocorreu em 2012, na comissão que investigava os negócios do bicheiro Carlos Cachoeira.

    Delcídio relatou que, quando as investigações ameaçavam chegar ao empresário Adir Assad, a CPI "arrefeceu e terminou melancolicamente".

    Isso aconteceu, disse o senador, porque Assad havia participado do financiamento da campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff em 2010 por meio de caixa dois.

    Ele disse que doadores de campanha eram orientados pelo tesoureiro da campanha de Dilma, José Filippi Júnior, a usar empresas de Assad, que acabou preso na Lava Jato em 2015.

    "Quando o governo se apercebeu dos riscos envolvidos, se movimentou para pôr fim à CPI", diz o depoimento.

    No relato, porém, Delcídio não cita nomes de congressistas e articuladores do governo.

    OUTRO LADO

    Francischini negou, por meio de sua assessoria, a acusação e diz que está sendo retaliado porque pediu a convocação de Delcídio para depor na CPI. Também afirma que na época dos fatos estava em campanha eleitoral e não ficava em Brasília nas segundas-feiras, dia em que os encontros com os empreiteiros aconteciam.

    Vital do Rêgo também "repudiou" qualquer menção a seu nome e afirmou que conduziu os trabalhos na CPI de maneira imparcial. Marco Maia disse ver a acusação como um ato de "vingança" e afirmou que, após análise detalhada do fato, tomará "medidas cabíveis" na Justiça.

    Os outros não foram localizados.

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