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    o impeachment

    Lula deverá anunciar ida para governo, dizem aliados

    CÁTIA SEABRA
    DE SÃO PAULO
    GUSTAVO URIBE
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    16/03/2016 08h37

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 15-03-2016, 23h00: A presidente Dilma Rousseff e o ex presidente Lula são vistos no palácio da alvorada após reunião sobre a possível nomeação de Lula para um ministério. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Dilma Rousseff e Lula caminham para saída do Palácio do Alvorada após reunião

    Aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que sua nomeação deverá ser anunciada após um café com a presidente Dilma Rousseff na manhã desta quarta-feira (16).

    Segundo petistas e integrantes do governo, sua nomeação, se confirmada, poderá ser acompanhada da entrada de um time no governo Dilma. Essa seria uma condição imposta por Lula para aceitar o apelo da presidente.

    Além dos dois, participam do café da manhã no Palácio da Alvorada os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Nelson Barbosa (Fazenda).

    Entre os nomes que Lula gostaria de levar para o governo está o de Celso Amorim para Relações Exteriores. Não está descartada a substituição de Aloizio Mercadante, na Educação. Outros nomes, como o de Ciro Gomes, são ventilados por petistas.

    Nas conversas, Lula alega que de nada valerá sua chegada ao governo sem a montagem de uma equipe que sinalize para mudanças, inclusive na política econômica.

    Esta última condição que seria apresentada por Lula preocupa não só o mercado como interlocutores do ex-presidente no empresariado, pelo receio de demandar medidas como venda de reservas internacionais, queda forçada dos juros e liberação de mais crédito na economia.

    Uma guinada na condução política do país justificaria sua presença na Esplanada dos Ministérios e afastaria a tese de que só pretenda escapar da prisão, já que ministros têm prerrogativa de foro privilegiado.

    Segundo relatos, o petista demonstrou incerteza diante da avaliação de que o PMDB não garantia apoio ao governo federal com sua nomeação para a Secretaria de Governo ou para a Casa Civil.

    Nas palavras do petista, é necessário construir um consenso com o partido aliado antes de sua entrada, se não ele pode se tornar um "elemento de desestabilização".

    "Não vou entrar no governo a qualquer custo", desabafou.

    Também pesou para a incerteza o fato de que sua família não ficaria protegida de um pedido de prisão do juiz Sergio Moro como ele e a maioria da população poderia criticá-lo por estar querendo fugir da Justiça.

    A entrada de Lula é vista no governo federal como a salvação da presidente, mas é avaliada com preocupação pelo mercado.

    Ainda nesta terça (15), Lula hesitava sobre a hipótese de ocupar a Secretaria de Governo. Na conversa com a presidente, impôs condições, incluindo carta branca para compor sua equipe. Essa engenharia foi objeto de discussão numa reunião que consumiu mais de quatro horas e invadiu a madrugada.

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