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    o impeachment

    Jornais internacionais repercutem ida de Lula para ministério

    DE SÃO PAULO

    16/03/2016 14h28

    Jornais internacionais deram destaque, nesta quarta-feira (16), à confirmação da ida do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, no governo Dilma Rousseff.

    Veículos franceses, americanos, latino-americanos, ingleses, italianos deram abordagens variadas para o novo cargo de Lula.

    O jornal "El País", em sua versão digital em espanhol, deu manchete do site para o assunto no início da tarde: "Lula será ministro no governo de Rousseff para obter imunidade".

    Na matéria, o jornal espanhol afirma que Lula, "até pouco tempo atrás, o político mais popular e carismático do Brasil", será "a mão direita" da presidente Dilma no governo.

    Com seu status de ministro, continua o jornal, o suposto envolvimento do ex-presidente no escândalo de corrupção passará a ser analisado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), e não mais pelo juiz Sergio Moro, "seu inimigo declarado".

    O "El País" e alguns outros veículos internacionais afirmam que a indicação dá a Lula imunidade. Como ministro, no entanto, Lula terá apenas foro privilegiado e sua eventual prisão teria que ser autorizada pelo Supremo. A decretação de prisões cautelares é mais fácil na primeira instância.

    Em seu site, o "Financial Times" escreveu que, ao indicar Lula para o ministério, Dilma está "salvando seu antecessor da possibilidade de um tempo na prisão e colocando-o, na prática, como o líder".

    Destacando uma foto de Lula e Dilma, durante a posse da presidente em 2011, o "The Guardian" afirma que a mudança no primeiro escalão do governo é "uma tentativa desesperada" de a petista se manter no poder. O jornal cita que, agora, Lula terá foro privilegiado.

    O americano "The New York Times" afirma que Lula assume o posto "num movimento que pode oferecer a ele mais proteções legais, mas que intensifica a revolta política no maior país da América Latina".

    O jornal "Clarín", da Argentina, escreveu que o ex-presidente "aceitou assumir (...) o posto mais importante do gabinete de Dilma Rousseff". O objetivo, afirma o jornal, citando fontes do PT, é a "estabilização do governo".

    Na Bolívia, o jornal "Lá Razón" também cita fonte do PT para dizer que Lula assume uma pasta influente no governo, mas que não haverá qualquer tentativa de interferir nas investigações sobre corrupção.

    A CNN também destacou a notícia da ida de Lula para o governo Dilma, como mais um episódio do atual cenário político brasileiro. E o francês "Le Figaro" disse que trata-se de uma "dramática reviravolta em que a esquerda brasileira não acreditava mais".

    "Lula temia que sua entrada no governo fosse interpretada como uma admissão de culpa, pois ele é acusado de estar ligado ao escândalo de corrupção da Petrobrás, que envenena o Brasil há dois anos", escreveu o jornal francês.

    E o italiano "Republica", em seu site, noticia que o nome de Lula para o governo Dilma foi confirmado. O jornal afirma que, assim, o ex-presidente se mantém "abrigado" do caso Lava Jato e cita que Lula foi "preso preventivamente" —na verdade, o ex-presidente foi conduzido coercitivamente para depor. O jornal ainda diz que o nome de Lula pode ajudar o governo a se recuperar da crise política e econômica.

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