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    Lava Jato

    Policial se fere e manifestantes passam mal em ato contra o PT em Brasília

    MARIANA HAUBERT
    RANIER BRAGON
    MACHADO DA COSTA
    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA
    DE SÃO PAULO

    17/03/2016 00h48

    Protestos contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil e os áudios da conversa entre ele e a presidente Dilma Rousseff reuniram milhares em pelo menos 16 capitais do país na noite desta quarta (16).

    Segundo estimativas da PM, os maiores atos foram em Brasília (10 mil pessoas) e São Paulo (5.000).

    Na capital federal, um policial militar ficou ferido na perna e dois manifestantes passaram mal ao inalar spray de pimenta em confrontos em frente ao Congresso Nacional.

    A manifestação teve início por volta das 17h, em frente ao Palácio do Planalto. Dois carros de som se uniram ao grupo que carregou bandeiras, faixas, cartazes e, em meio a gritos de guerra e vaias, atacou o PT, Lula, e pediu a renúncia de Dilma.

    Por volta das 20h, os manifestantes se dirigiram ao gramado em frente ao Congresso. Manifestantes jogaram bombas caseiras em direção à polícia –algumas caíram na rampa do Congresso e no espelho d'água–, que revidou com bombas de efeito moral e spray de pimenta.

    O PM ferido foi encaminhado por colegas ao hospital.

    Um grupo pequeno também chegou a tentar invadir o Congresso pela chapelaria, mas foi contido pela PM.

    Nos gritos de guerra, além da prisão de Lula e da renúncia de Dilma, os manifestantes exaltaram o juiz Sergio Moro.

    No começo do ato, cerca de 50 PMs faziam a segurança do lado de fora do Planalto, que foi cercado ainda pela guarda do Exército e pelos seguranças da Presidência. Os militantes anti-Dilma reagiram: "Ei, fardado, você está do lado errado".

    O acesso ao Palácio da Alvorada, onde mora a presidente Dilma, também foi fechado pela polícia.

    Houve um princípio de confronto entre os manifestantes contrários a Lula e Dilma e um pequeno grupo de petistas que estavam na praça dos Três Poderes. A PM interveio com spray de pimenta.

    FOGOS DE ARTIFÍCIO

    Em São Paulo, cerca de 5.000 pessoas, segundo estimativa da PM às 21h, se concentraram em frente ao Masp, na avenida Paulista.

    Muitos dos manifestantes saíram direto do escritório e aderiram ao protesto. O grupo gritava o nome do juiz Moro e coros como "Ei, PT, golpista é você" e "O povo paulista jamais será petista".

    A fachada do prédio da Fiesp, iluminada de verde e amarelo, ganhou uma faixa preta com a inscrição "Renúncia Já". Fogos de artifício foram usados no protesto.

    No Masp, a estudante Isadora Schautte, 18, foi agredida com pontapés pelos manifestantes quando passava pelo local. Segundo relatos, ela teria respondido às críticas ao governo do PT. Seu namorado, Lucas Brasileiro, 21, também foi agredido ao tentar defendê-la.

    A PM, que tem uma base em frente ao Masp, não interveio. Segundo o tenente Altamare, o incidente foi rápido e os policias demoraram a ver o que ocorria.

    INSTITUTO LULA

    No bairro do Ipiranga, um ovo foi arremessado na porta do Instituto Lula, e manifestantes esmurraram um carro que deixou o prédio transportando o ex-presidente.

    No local também houve buzinaço, e manifestantes pediam a renúncia de Dilma.

    Em frente à casa de Lula, em São Bernardo do Campo (SP), manifestantes pró e contra o petista trocaram ofensas, e houve princípio de confusão quando alguns tentaram cruzar os cordões da PM que os separavam. Policiais jogaram bombas de efeito moral e contiveram a violência.

    PELO PAÍS

    Além de Brasília e São Paulo, moradores de Rio, Vitória, Goiânia, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba, Porto Alegre, Manaus, Florianópolis, Maceió, Cuiabá e Campo Grande saíram às ruas para protestar. Na maioria dessas cidades houve também panelaços e buzinaços.

    No Rio, os manifestantes se concentraram em Copacabana. Na avenida Nossa Senhora de Copacabana, participantes convocavam ao ato pessoas que os olhavam pela janela. Uma senhora fez um gesto indicando que não iria. Manifestantes ficaram parados em frente ao seu prédio xingando. Um deles atirou um objeto na janela. A pessoa dentro do apartamento o jogou de volta nos manifestantes.

    Os xingamentos duraram até que parte do grupo que protestava interveio.

    PMs que acompanhavam o protesto estimaram os participantes em cerca de mil.

    Veja o protesto

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