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    o impeachment

    Federações empresariais e conselhos de classe pedem saída de Dilma

    BRUNO VILLAS BÔAS
    DO RIO
    DE SÃO PAULO

    17/03/2016 15h49

    Entidades da Indústria e do comércio, além de conselhos de classe profissional pediram a saída de Dilma Rousseff da Presidência da República como forma de resolver a crise política e econômica por que passa o país.

    A Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) emitiram nota nesta quinta-feira (17) defendendo a renúncia da presidente Dilma Rousseff.

    Apesar do pedido, as entidades dizem não culpar a petista pela crise e afirmam que desistir da Presidência não seria uma confissão, mas "um ato de grandeza".

    "Presidente Dilma, seu passado de lutas, suas convicções e seu amor pelo Brasil serão engrandecidos por essa atitude de desprendimento e de consideração pelo povo brasileiro. Para o bem de todos, renuncie já, evitando um processo de impeachment que irá prolongar as dificuldades do País", diz o texto assinado pelo presidente de ambas associações, Alencar Burti.

    INDÚSTRIA

    Já as federações das indústrias dos estados de São Paulo (Fiesp), Rio de Janeiro (Firjan), Espírito Santo (Findes), Paraná (Fiep) e Pará (Fiepa) realizaram uma videoconferência nesta quinta-feira (17) e decidiram pedir aos parlamentares voto a favor do impeachment.

    A informação é do presidente da Firjan, o empresário Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, que anunciou apoio formal ao processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional.

    Em entrevista coletiva convocada pela federação, Gouvêa Vieira disse que os empresários de cada estado vão buscar parlamentares locais para "mostrar a obrigação que eles têm de votar para o Brasil, mudando a presidente da República o mais rápido possível".

    "Discutimos uma travessia que vai ser curta. Podemos ter um novo governo no início de maio se o Congresso trabalhar na direção que precisa trabalhar. Isso é importante para que a sociedade, se quiser discutir, discuta dentro da legislação em paz", disse ele.

    "A ideia é que não aguentamos mais. É um enredo que dura dois anos e precisamos de um fim", disse Gouvêa Vieira. "Pessoas do governo estão usando sua capacidade para macular o estado, o que é de truculência atroz", disse o presidente da Firjan.

    Em São Paulo, empresários de vários setores se reuniram na Fiesp para discutir o agravamento da crise política do país. No auditório mais de 300 pessoas, segundo a Fiesp, 86 delas dirigentes de sindicatos e federações patronais, cantaram o hino nacional e gritaram "renúncia já" e "impeachment". Na plateia bandeiras e pixulecos.

    "Temos que conversar com a bancada e pressionar os governadora pelo impeachment", disse Paulo Skaf, presidente da FIESP, aos colegas de entidade. Skaf é filiado ao PMDB e, segundo ele, o partido desembarca do governo antes dos 30 dias que começaram a contar ultima da convenção do partido que aconteceu no dia 12.

    "O presidente Michel Temer estará a qualquer momento convocando uma reunião dos diretórios", disse. "Logo na segunda após a Páscoa tem uma reunião do diretório e eu acredito que nessa reunião será tomada a decisão do rompimento com o governo e a entrega dos cargos."

    Também nesta quinta, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) publicou um comunicado manifestando preocupação com o agravamento das crises política e econômica do país.

    "É imprescindível restabelecer a governabilidade. É fundamental restaurar a moralidade no trato dos assuntos públicos, adotar melhores práticas administrativas e implantar medidas favoráveis à estabilidade social, ao emprego e ao desenvolvimento", escreve o presidente Robson Braga de Andrade.

    Embora não defenda a saída de Dilma, a CNI diz que a solução para os problemas brasileiro cabe "principalmente" ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

    "O setor empresarial espera que as instituições brasileiras, principalmente o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), com o apoio e a participação da sociedade, consigam encontrar, com urgência, soluções para tirar o país da crise política e econômica".

    O Secovi-SP (Sindicato da Habitação) emitiu nota nesta quinta (17) defendendo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em nota, o sindicato disse esperar "por uma solução à altura da vontade expressada por milhões de brasileiros, nas históricas manifestações do dia 13 de março". A entidade pediu que os parlamentares "ouçam o clamor das ruas" e que "resolvam o impasse político que está matando os investimentos, a produção, os empregos e a confiança no futuro".

    MÉDICOS

    Sem citar Dilma ou a revelação de suas conversas com Lula, o CFM (Conselho Federal de Medicina) divulgou nota em que "manifesta seu repúdio à ações que dificultem investigações em casos de suspeita de irregularidade e conclama os médicos e a população à luta pelo restabelecimento da ordem jurídica no País".

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