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    o impeachment

    Justiça derruba liminar, e Lula volta a ser ministro de Dilma

    DE BRASÍLIA

    18/03/2016 15h34

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 17-03-2016, 12h00: Presidente Dilma Rousseff e o ex presidente Lula durante cerimônia de posse de Lula como ministro chefe da casa civil, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira - 17.mar.2016/Folhapress, PODER)
    Presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva (Casa Civil)

    A segunda liminar (decisão provisória) que suspendeu a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil foi derrubada nesta sexta-feira (18) pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio.

    Segundo a Folha apurou com fontes ligadas ao governo, como até agora não há outra liminar impedindo a posse, Lula deve retornar ao cargo.

    Tribunais em todo o país já receberam mais de 50 ações tentando impedir a posse de Lula no governo, segundo dados da AGU (Advocacia Geral da União). Outras 13 foram protocoladas no STF (Supremo Tribunal Federal).

    O TRF 2 admitiu recurso da AGU. A liminar foi cassada pelo vice-presidente do TRF2, Reis Friede, que entendeu que a juíza da 6ª Vara federal do Rio, Regina Coeli Formisano, não tinha competência para impedir a posse, sendo que a nomeação de ministro trata de um ato da Presidência, que deve ser apreciado pelo Supremo Tribunal Federal".

    O vice-presidente também ressaltou que não cabe ao Judiciário se imiscuir em considerações de caráter político, já que deve se limitar a observar a correta aplicação das leis e da Constituição.

    "Não se pode olvidar, principalmente em um momento de clamor social como o que vivemos, que os atos administrativos gozam de presunção de legalidade, veracidade e legitimidade, a qual somente pode ser afastada mediante prova cabal, constante nos autos, acerca de sua nulidade", ressaltou.

    Ainda, o vice-presidente entendeu que a liminar poderia acarretar grave lesão à ordem e à economia públicas, "tendo em vista o risco de agravamento da crise político-social que a nação atravessa".

    Nesta quinta (17), o TRF 1 já havia revertido uma decisão liminar da Justiça de Brasília que tinha impedido Lula no cargo.

    As ações apontam principalmente que a nomeação de Lula representa claro desvio de finalidade do ato administrativo, cujo objetivo principal, como dito, é alterar o foro competente" para as investigações envolvendo Lula, o tirando do alcance do juiz do Paraná Sérgio Moro.

    Para ministros do STF e juristas, o ato de Dilma, se comprovado, pode representar até crime de responsabilidade e tentativa de obstrução da Justiça.

    Partidos da oposição e pessoas entraram no STF com outras 13 ações também pedindo o veto a Lula ocupar cargos no primeiro escalão do governo.

    A maioria das ações (nove) estão com a relatoria do ministro Gilmar Mendes, um dos mais críticos ao governo. Os ministros Teori Zavascki e Marco Aurélio também são relatores de outras ações.

    O governou pediu ao STF para suspender a tramitação em todo o país de ações na Justiça que tentam impedir que o ex-presidente Lula assuma um cargo no governo até que o tribunal defina a situação do petista.

    O pedido da AGU será analisado pelo ministro Teori Zavascki, que é relator de duas ações de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.

    Teori já deu prazo de cinco dias para que a Presidência, a Procuradoria-Geral da República e a AGU se manifestem sobre essas ações.

    Para o ministro Gilmar Mendes, o telefonema entre Dilma e Lula pode caracterizar crime de responsabilidade por parte da petista.

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