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    o impeachment

    Associações comerciais pedem impeachment de Dilma

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    18/03/2016 20h15

    A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a Federação das Associações Comerciais do Estado (Facesp) e a Associação Paulista de Supermercados (Apas) entraram nesta sexta (18) para o grupo de entidades patronais que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

    Em nota, a Apas afirmou apoiar veementemente o processo. A associação diz que a decisão é tomada levando em conta afrontas ao povo brasileiro, em especial a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como Ministro da Casa Civil.

    Pedro Celso, presidente da associação, disse à Folha considerar que a situação política vem agravando a crise econômica em curso no Brasil.

    "Com os juros em 14,25% e toda essa insegurança, o empresário tem todo o incentivo para deixar o dinheiro aplicado e não investir no país."

    Celso também elogia a atuação do juiz federal Sérgio Moro, do Ministério Público e da Polícia Federal na condução da Operação Lava Jato.

    Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp, afirma que a decisão de apoiar o impeachment foi tomada em reunião com outras entidades empresariais na Fiesp nesta quinta-feira (17).

    Na semana anterior, a ACSP havia pedido que a presidente renunciasse ao posto. Porém, como as ações subsequentes do governo foram em direção contrária, a entidade decidiu pelo novo posicionamento.

    A alteração de posição reflete o objetivo de abreviar a duração do impasse atual do país, diz Burti.

    Segundo ele, a ACSP irá iniciar um movimento para, junto a outras associações, propôr mudanças na política brasileira.

    Chamado Pró Brasil, o movimento será apartidário e terá bandeiras como a reforma política, em especial a redução do número de partidos no Brasil, diz.

    O Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) pediu a renúncia da presidente. Em texto assinado por Flávio Rocha, que é presidente do instituto e da Riachuelo, a entidade diz que Dilma Rousseff tem um passado de lutas e dedicação ao país, mas seu amor pelo Brasil será verdadeiramente demonstrado por essa atitude de desprendimento e respeito pelo povo brasileiro.

    IMPEACHMENT

    Durante esta semana, outras entidades patronais se posicionaram a favor de um impeachment de Dilma.

    Do lado da indústria, federações de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo, Pará e Ceará pedem a saída da presidente.

    O Secovi-SP, sindicato do setor imobiliário, se posicionou a favor da saída de Dilma na quinta-feira (17).

    NEUTRO

    A Confederação Nacional do Comércio (CNC) e, em São Paulo, a FecomércioSP e o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP) optaram pela neutralidade.

    Segunda a CNC, é fundamental que, quaisquer que sejam as posições a serem assumidas, elas estejam respaldadas no respeito irrestrito aos ritos constitucionais, aos princípios democráticos e às garantias do Estado de Direito, mesmo que contemplem mudanças na estrutura do governo.

    Outras entidades também manifestaram insatisfação com o impasse político, porém sem tomar partido explicitamente quanto à solução a ser adotada.

    Entre elas estão a Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

    A CNI, em nota, disse que os empresários estão perplexos com o cenário político sem precentes na história do Brasil.

    "Ninguém aguenta mais assistir ao espetáculo deprimente em que se transformou a política brasileira. Já passou a hora de, com respeito aos ditames da lei e da Constituição, darmos um basta a esse impasse para que o país possa retomar o rumo."

    A CNA responsabiliza o governo pela deteriorização da economia. Diz esperar que as instituições do sistema político, em sintonia com o sentimento geral da sociedade, encontrem o caminho de volta ao crescimento. "O governo é o responsável pela situação que estamos vivendo. E deve à Nação o fim da crise."

    A Folha entrou em contato com essas entidades para que explicassem qual sua posição em relação ao impeachment, porém nenhuma delas quis fazer comentários adicionais às notas divulgadas anteriormente.

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