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    Lava Jato

    Delcídio falta e novo depoimento é marcado no Conselho de Ética

    DÉBORA ÁLVARES
    DE BRASÍLIA

    23/03/2016 13h00

    Pedro Franca - 26.fev.2014/Associated Press
    O senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS)
    O senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS)

    O Conselho de Ética do Senado aprovou, nesta quarta-feira (23), uma nova convocação de Delcídio do Amaral (sem partido-MS) para depor no processo de cassação de seu mandato.

    Uma oitiva estava agendada para essa manhã, mas Delcídio não compareceu. Na justificativa enviada, a defesa chegou a pedir a suspensão dos trabalhos do Conselho até que vença o prazo de afastamento do senador, o que foi negado pelos conselheiros.

    Na última sexta (18), o senador apresentou o terceiro atestado médico desde que deixou a prisão, em 19 de fevereiro.

    A ausência do ex-petista, primeiro político a fechar acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, foi bastante criticada pelos membros do Conselho. "Ele está enfermo para as atividades parlamentares dele, mas para dar entrevistas não", afirmou o relator do processo, senador Telmário Mota (PDT-RR).

    O novo depoimento ficou pré-agendado para o dia 7 de abril, às 10h. O requerimento aprovado prevê que, caso Delcídio decida novamente não comparecer, a oitiva ocorra por videoconferência. Poderá ainda ser designada uma comissão do Conselho para ir até São Paulo, onde o senador faz exames, para ouvi-lo.

    Para a próxima reunião, dia 29, os senadores aprovaram a convocação de três envolvidos no caso. Entre os chamados está o ex-chefe de gabinete Diogo Ferreira, preso no mesmo dia do senador em 25 de novembro do ano passado.

    Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, também está na lista. Foi ele o responsável pelas gravações em que Delcídio aparece oferecendo auxílio mensal de R$ 50 mil a seu pai para não ser citado na delação premiada.

    Também será convocado o advogado do ex-petista Edson Ribeiro, que também aparece nas gravações.

    Na reunião desta manhã, os conselheiros aprovaram ainda o aditamento do processo do senador, com a inclusão de entrevistas concedidas por ele desde que está em prisão domiciliar, bem como de trechos da sua delação.

    Durante as discussões, os senadores chegaram a cogitar pedir que os médicos do Senado realizem exames e atestem as condições de saúde do senador. Esse assunto, contudo, terminou sem deliberação.

    AFASTAMENTO

    No novo pedido de afastamento, Delcídio alegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) sofrer de angústia, ansiedade e insônia. As afirmações foram feitas ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato, para justificar o pedido de ampliação do prazo de licença até 6 de abril.

    Segundo o documento enviado ao Supremo pela defesa de Delcídio, o senador tem diabetes, pólipos intestinais e sintomas de ansiedade generalizada. Teori pediu a manifestação do procurador-geral, Rodrigo Janot, antes de decidir.

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