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    o impeachment

    Nervosinho, Drácula, Lindinho e Avião: os apelidos nas planilhas da Odebrecht

    DE SÃO PAULO

    23/03/2016 16h41

    Folhapress
    Manuela d'Ávila, José Sarney, Eduardo Paes e Humberto Costa; nas planilhas da Odebrecht, eles têm os codinomes Avião, Escritor, Nervosinho e Drácula
    Manuela d'Ávila, José Sarney, Eduardo Paes e Humberto Costa; nas planilhas da Odebrecht, eles têm os codinomes Avião, Escritor, Nervosinho e Drácula

    As planilhas de pagamentos da Odebrecht a cerca de 200 políticos encontradas pela Polícia Federal e que vieram a público nesta quarta-feira (23) trazem "codinomes" curiosos para alguns dos envolvidos.

    Os documentos, apreendidos em um endereço do executivo da empreiteira Benedicto Barbosa Júnior na 23a fase da Lava Jato, em fevereiro, trazem dados de repasses que os investigadores apuram se foram doação eleitoral ou propina, em uma espécie de contabilidade paralela da empresa.

    As planilhas trazem, em alguns casos, além do nome dos políticos –e seu cargo, cidade, partido e empresa de origem do repasse–, um campo de "codinomes".

    O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por exemplo, tem o apelido de "Caranguejo" nos documentos. Nesta quarta, ao comentar as listas, ele riu e disse que desconhecia a origem do apelido.

    "Não sei o que quiseram dizer com isso, quem apelidou é quem tem que dizer", afirmou.

    Além de Cunha, há uma série de outros peemedebistas com apelidos.

    O ex-senador e ex-presidente José Sarney (AP) é chamado de "Escritor" –ele também é membro da Academia Brasileira de Letras. Ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, coube o codinome "Nervosinho". "Proximus" é como é apelidado o ex-governador fluminense Sérgio Cabral.

    Outro político do Estado, o deputado estadual Jorge Picciani, do mesmo PMDB, leva a alcunha de "Grego".

    Também recebem codinomes os senadores petistas Lindbergh Farias (RJ), o "Lindinho", e Humberto Costa (PE), o "Drácula".

    Em uma planilha sem sobrenomes, Cid [Gomes] é o "Falso". Jaques [Wagner, hoje ministro do gabinete de Dilma], "Passivo". Randolfo [o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)] leva o apelido de "Múmia".

    "Ovo" é o codinome do governador de SC, Raimundo Colombo (PSD). O atual prefeito de Guarulhos (SP), Sebastião Almeida (PT), recebe o nome de "Sumido".

    Outros apelidos curiosos na planilha da Odebrecht são os da hoje deputada estadual Manuela d'Ávila (PCdoB-RS) –conhecida como "Avião"–, o do deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), o "Bruto", o do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), apelidado de "Pastor", e o de Jarbas Vasconcelos Filho (o "Viagra").

    Há, ainda, alcunhas para políticos menos conhecidos nacionalmente. Daniel Almeida (PCdoB-BA) é o "Comuna"; o também baiano Edvaldo Brito, o "Candomblé"; o deputado estadual gaúcho Adão Villaverde (PT) é "Eva". Nelson Pelegrino (PT-BA), o "Pelé".

    Sobram, também, codinomes "a definir", segundo as planilhas –é o caso da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB-SP).

    SIGILO

    O juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato, decretou o sigilo dos autos que contêm as planilhas da Odebrecht.

    Em despacho, o juiz também intima o Ministério Público Federal que se manifeste "com urgência" sobre o envio do documento ao STF (Supremo Tribunal Federal). "Para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado", afirmou o juiz.

    Os papéis eram públicos até a manhã desta quarta-feira (23), mas já estão sob sigilo.

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