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    Ex-presidente da Funasa diz que sua demissão é 'retaliação' ao PMDB

    YALA SENA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM TERESINA

    24/03/2016 19h04

    Considerado o primeiro aliado do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) a ser exonerado do governo Dilma, o ex-presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Henrique Pires, afirmou nesta quinta-feira (24) que sua demissão do cargo é uma "retaliação" ao PMDB.

    "A minha saída é uma retaliação ao PMDB e não ao Temer [Michel Temer], pois a Funasa era um cargo do partido. Nem o ministro Marcelo Castro [da Saúde] foi avisado", disse Henrique Pires.

    No cargo há um ano e 11 meses, o piauiense Henrique Pires chegou ao posto numa indicação do vice-presidente Michel Temer.

    Na convenção nacional do partido, em 12 de março, o PMDB proibiu filiados de assumir novos cargos no governo federal. Segundo Henrique Pires, após o encontro, ele colocou à disposição seu cargo para o governo Dilma Rousseff.

    "Soube da minha exoneração ontem por telefone do Palácio do Planalto. Não foi surpresa, pois já tinha colocado à disposição meu nome. Não podia continuar, devido as mudanças que estavam ocorrendo sem minha autorização", disse Henrique Pires.

    Ele criticou a conduta do governo de trocar coordenadores técnicos por indicações políticas, mas disse que sai "sem mágoas" do governo Dilma.

    "Eu acho importante os cargos políticos, o que não aceito é tirar um nome técnico que tem mais de 20, 30 anos na Funasa e colocar nome político. Sou servidor da Funasa há 10 anos, tenho conhecimento da casa, o presidente sou eu, o CPF é o meu. Então, não tinha como fazer as mudanças. Que colocassem pelo menos servidores públicos e não pessoas que nunca exerceram o serviço público", desabafou.

    Henrique disse ainda que o governo irá indicar para a pasta um nome do PTN do Maranhão. O cargo de Henrique Pires foi assumido interinamente por Márcio Endles Lima Vale, do PTN.

    A exoneração de Pires é tida como uma provocação ao vice-presidente da República, Michel Temer, que marcou para o dia 29, próxima terça-feira, a reunião que vai decidir se o PMDB sai ou fica no governo Dilma.

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