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    Lava Jato

    Planilhas sugerem elo de Itaipava com repasses da Odebrecht

    DE SÃO PAULO

    25/03/2016 22h04

    As planilhas da Odebrecht com pagamentos a políticos, apreendidas pela PF, sugerem que havia uma "parceria" entre a empreiteira e o grupo Petrópolis, dona da marca de cerveja Itaipava, nos repasses.

    Em documentos da construtora anexados a um dos inquéritos da Operação Lava Jato, há menções, em listas de pagamentos a políticos, a "Itaipava" e "cervejaria".

    A informação foi revelada pelo jornal "O Estado de S.Paulo" nesta sexta-feira (25).

    Nas planilhas, há colunas com pagamentos atribuídos a um "parceiro IT". Em só uma das tabelas, que lista pagamentos a 19 partidos e onde não consta data, a soma de repasses do "parceiro IT" chega a R$ 19,7 milhões.

    Em outra tabela, de 2012, aparece, escrito à mão, "Itaipava" ao lado de pagamentos ligados ao à época vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

    As planilhas, recolhidas em um endereço do executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa Júnior, foram anexadas a um inquérito sobre a empreiteira na última terça-feira (22).

    No dia seguinte, o juiz Sergio Moro decretou sigilo sobre o material por causa das referências a políticos que possuem foro privilegiado.

    Também constam nas planilhas pagamentos feitos por meio das empresas Leiroz e Praiamar, distribuidoras de bebidas que trabalham com marcas do grupo Petrópolis, entre outras.

    Políticos, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), disseram que as menções nas planilhas da Odebrecht se referiam a doações legais feitas por essas duas empresas para suas campanhas.

    No ano passado, o Ministério Público Federal disse que uma conta suíça do empresário Walter Faria, dono do grupo Petrópolis, foi usada para depósitos de propina do esquema da Petrobras.

    Procurado, o grupo Petrópolis disse que "desconhece os motivos pelos quais suas marcas aparecem nas listas da Odebrecht". "Todas as suas doações estão de acordo com a legislação eleitoral", afirmou, em nota.

    A Odebrecht não comentou. Pezão sustenta que as contribuições de campanha foram legais e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

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