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    o impeachment

    Governo tenta esvaziar reunião do PMDB que definirá desembarque

    GUSTAVO URIBE
    MARIANA HAUBERT
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    28/03/2016 12h42

    Com a avaliação de que a saída do PMDB do governo federal tornou-se "irreversível", o Palácio do Palácio tenta agora esvaziar a reunião do diretório nacional do partido nesta terça-feira (29) que definirá o desembarque oficial.

    A estratégia, que foi discutida nesta segunda-feira (28) entre a presidente Dilma Rousseff e ministros da sigla, tem como objetivo tentar deslegitimar o encontro com a ausência de caciques de peso, como o ex-presidente José Sarney e o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (AL).

    Além disso, o propósito é tentar passar a mensagem pública que, apesar da decisão de saída, o governo federal ainda conta com respaldo de uma ala importante do partido.

    Na reunião com a petista, os ministros reconheceram, contudo, que o grupo governista conta apenas com o apoio de cerca de 10 de um total de 127 membros do diretório nacional do partido, o que dificultaria um esvaziamento.

    Ainda assim, ministros presentes se comprometeram a não comparecer ao evento e a conversar com suas bancadas federais na tentativa de evitar presenças de deputados, senadores e dirigentes estaduais e municipais da legenda.

    No encontro com a presidente, ministros peemedebistas avaliariam que a decisão do PMDB do Rio de Janeiro de apoiar o desembarque tornou a saída do partido "inevitável".

    Por se tratar de um dos grupos mais fortes da legenda e até então o mais próximo da presidente, a ala carioca era considerada a última esperança.

    Na reunião, ministros também garantiram que atuarão contra o impeachment da petista caso tenham de deixar a Esplanada dos Ministérios.

    A avaliação do Palácio do Planalto é que a saída do PMDB do governo federal não necessariamente implica no envolvimento de todo o partido no pedido de saída da petista.

    Com a provável derrota nesta terça-feira (29), a ordem interna é tentar agora segurar a maior parcela possível do partido no movimento contrário ao impeachment. Nas palavras de um assessor da presidente, "amanhã é uma batalha perdida dentro de uma guerra maior".

    Foi feita ainda a avaliação no encontro com peemedebistas que caso o governo federal consiga uma vitória na comissão especial do impeachment, haverá a possibilidade de uma negociação para evitar que os ministros tenham de deixar a Esplanada dos Ministérios.

    Em conversas reservadas, o entorno do vice-presidente Michel Temer avalia que é quase impossível uma decisão favorável ao governo federal neste momento.

    Diante da certeza de um desembarque, o governo federal vai oferecer a partidos como PP, PR e PSD cargos hoje em poder dos peemedebistas e a promessa de terem um papel de "protagonistas" caso a petista sobreviva ao impeachment.

    Nas contas de assessores da presidente, quase 500 cargos podem entrar nas negociações se todos os peemedebistas decidirem seguir a decisão do diretório nacional do PMDB.

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