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    o impeachment

    Temer e Renan definem que decisão de desembarque será por aclamação

    GUSTAVO URIBE
    MARIANA HAUBERT
    DANIELA LIMA
    DE BRASÍLIA

    28/03/2016 18h22

    Renato Costa/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 12/03/2016, O Vice Presidente Michel Temer, Renan Calheiros Pres,do Senado e O Presidente da Camara dos Deputados,Eduardo Cunha,durante a convenção nacional do PMDB em Brasilia,neste sabado 22. (Foto: Renato Costa/Folhapress, PODER)
    O vice-presidente Michel Temer (à dir) reunido com caciques do PMDB durante convenção nacional do partido, no último dia 12

    O PMDB vai oficializar o desembarque do governo Dilma Rousseff nesta terça-feira (29), por aclamação. A decisão é resultado de articulação promovida pelo grupo do vice-presidente Michel Temer.

    A tendência é que o partido aprove ainda o prazo até o dia 12 de abril para que os sete ministros da sigla deixem seus cargos. O mesmo valerá para outros peemedebistas empregados em cargos de confiança na administração federal.

    A tomada de posição foi fechada após reunião entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), considerado o "último bastião" do governismo no PMDB.

    Pelo acordo, Temer não presidirá a reunião que vai selar o desembarque. Os ministros peemedebistas também não irão à reunião.

    Apesar dos apelos da presidente Dilma e de seu antecessor, Lula, o Planalto não conseguiu conter a tendência de debandada do PMDB, agravada nos últimos dias com a exposição das posições anti-Dilma dos maiores diretórios estaduais da sigla, como Rio de Janeiro e Minas Gerais.

    O formato da convenção de amanhã foi fechado em reunião na residência oficial do Senado Federal com a presença de outros senadores peemedebistas. Com o acordo, a tentativa do comando nacional do partido é evitar demonstrar a divisão do partido no encontro do diretório nacional da legenda.

    Em estratégia esboçada com a presidente Dilma Rousseff, os sete ministros do partido não devem participar da reunião de terça-feira (29). A ausência deles é vista, no entanto, com naturalidade pela cúpula nacional, que entende o constrangimento que eles poderiam passar no encontro.

    Com a avaliação de que a "batalha desta terça-feira está perdida", o foco do Palácio do Planalto é tentar agora segurar a maior parcela possível do partido no movimento contrário ao impeachment. Nas palavras de um assessor da presidente, "amanhã é uma batalha perdida dentro de uma guerra maior".

    LULA

    Neste domingo (27), Temer avisou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o PMDB, legenda comandada por ele, aprovará o desembarque oficial do governo.

    Esta foi a primeira vez que Lula conseguiu se reunir com Temer desde que o partido decidiu pela saída oficial do governo. Na semana passada, o ex-presidente, que tem atuado como articulador informal do governo, tentou se encontrar com o vice-presidente em duas ocasiões mas Temer não o recebeu.

    Na conversa, o peemedebista também avisou a Lula que não havia possibilidade de a reunião ser adiada. Inicialmente, integrantes da legenda ainda aliados do governo tentavam pressionar o peemedebista pelo adiamento para que o processo de impeachment, em tramitação no Congresso, avançasse mais e a sigla não ficasse tanto sob os holofotes.

    No encontro, Temer reclamou a Lula do isolamento que tem sofrido pelo Palácio do Planalto. Em conversas reservadas, ele tem dito que Dilma não o recebe nos últimos dois meses.

    Ele se queixou ainda das intervenções da presidente em decisões do comando nacional do partido, como a nomeação do deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) para a Secretaria de Aviação Civil.

    Ela ocorreu após decisão do partido para que nenhum filiado aceitasse cargos até a decisão oficial da sigla de desembarque da Esplanada dos Ministérios.

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