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    o impeachment

    'Não sei que governo teremos pela frente', diz Mercadante

    NATÁLIA CANCIAN
    DE BRASÍLIA

    28/03/2016 20h53

    Charles Sholl/Futura Press/Folhapress
    Aloizio Mercadante (Educação) fala sobre os números do Censo da Educação Básica 2015, e programas do MEC, em Brasília (DF)
    Aloizio Mercadante, ministro da Educação

    O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse nesta segunda-feira (28) "não saber" que governo o Brasil terá pela frente. A declaração ocorreu durante uma entrevista sobre qualificação de professores no Brasil, após pergunta de jornalistas sobre o processo de impeachment.

    Após ser questionado sobre o papel do vice-presidente, Michel Temer, no impeachment, Mercadante tentou se esquivar. "Meu compromisso é com a democracia e a qualidade da educação. Aqui no MEC, só trato desse assunto. Vamos discutir educação, depois tratamos de política", disse.

    Em seguida, completou: "Não sei que governo teremos pela frente, mas espero que seja sempre um governo democrático, que respeite o resultado das eleições e as normas constitucionais, e que o Brasil preserve esses valores", afirmou, em coletiva de imprensa sobre resultados do Censo da Educação Básica de 2015.

    "Minha geração teve um sacrifício muito grande de construir a democracia. Fui coordenar uma campanha presidencial em 1989. Nunca tinha visto uma. Tinha 33 anos e nunca tinha tido chance de votar para presidente", afirmou.

    O ministro fez ainda uma defesa do governo da presidente Dilma Rousseff. "Reconhecer o resultado das eleições é fundamental para a democracia e para o país se desenvolver. Não vejo caminho promissor fora desse", disse ele.

    Para ele, a possibilidade de impeachment não tem base legal. "A imprensa mundial inteira, diferentemente de muitos veículos do Brasil, está alertando para isso", disse.

    Nesta segunda, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República determinou a abertura de procedimento de investigação por desvio ético contra Mercadante.

    A iniciativa foi tomada diante de denúncia apresentada pela bancada do PSDB no Senado ao órgão federal. O partido de oposição acusa o ministro de ter incorrido em conduta incompatível com o cargo em diálogo com o assessor do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), Eduardo Marzagão.

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