Dez dias depois de deixar o PSDB, o vereador Andrea Matarazzo se filiará ao PSD, do ministro Gilberto Kassab (Cidades).

O anúncio será feito nesta quarta-feira (30), na sede do partido em São Paulo, no edifício Joelma, no centro da cidade. Matarazzo deve disputar a Prefeitura de São Paulo pelo partido.

O vereador anunciou sua desfiliação do PSDB no último dia 18, às vésperas do segundo turno das prévias que elegeram João Doria candidato do partido à Prefeitura de São Paulo.

Ao lado de outras lideranças do partido, o vereador acusou o governador Geraldo Alckmin de usar a máquina do Estado para beneficiar o empresário e de "coadunar" com denúncias de compra de votos e abuso de poder econômico nas prévias. Doria nega as acusações.

"Isso não é o meu PSDB", disse Matarazzo no dia em que anunciou sua desfiliação.

DESEMBARQUE

A filiação de Andrea Matarazzo ao PSD aponta para um possível desembarque do partido de Kassab da base do governo Dilma Rousseff.

Um dos pontos de negociação do vereador com o ministro das Cidades era o de não disputar a prefeitura em um partido que estivesse na aliança governista.

Ele argumentou que seu discurso de oposição à gestão do prefeito petista Fernando Haddad ficaria "enfraquecido" e "esvaziado".

"Uma coisa não tem nada a ver com a outra", afirmou Guilherme Afif Domingos, fiel aliado de Kassab, atual presidente do Sebrae Nacional e ex-ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa –pasta extinta em outubro de 2015.

PRÉVIAS

Apoiadores de Matarazzo nas prévias do PSDB, o ex-governador e vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, apresentaram nesta terça-feira (29) pedido ao MPE (Ministério Público Eleitoral) para que sejam canceladas as prévias que elegeram o empresário João Doria candidato do partido à Prefeitura de São Paulo.

Na representação, eles também pedem que a definição de um novo nome do partido para a disputa municipal deste ano saia da convenção da legenda, marcada para junho.

Evandro Losacco, vice-presidente do PSDB paulista e aliado de Doria, afirmou que, com a representação, Goldman e Aníbal pretendem "desqualificar e desgastar o candidato escolhido pela maioria do PSDB" e "justificar o apoio a um candidato de outro partido" –em referência a Matarazzo.