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    o impeachment

    Líder da oposição quer que TSE amplie investigação após indício de caixa dois

    DE BRASÍLIA

    31/03/2016 17h07

    O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), afirmou nesta quinta-feira (31) que os novos indícios de uso de caixa dois na campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff agravam ainda mais a situação política da petista.

    A Folha revelou na edição desta quinta (31) um roteiro identificado pela reportagem que sugere o caminho do dinheiro que abasteceu a campanha de Dilma.

    A empresa do marqueteiro João Santana, a Pólis, teria recebido recursos em dinheiro vivo, em caixa dois, da Odebrecht, e pago a fornecedores da campanha da petista.

    O tucano defende que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) amplie e acelere as investigações em torno da campanha presidencial de 2014, que se refere à cassação do mandato da chapa Dilma-Temer. "Indiscutivelmente agrava e complica a situação perante a Justiça Eleitoral e vai exigir do TSE uma investigação profunda em relação a isso. O TSE não pode ficar calado".

    Cassio Cunha Lima ponderou, contudo, que não há como considerar caixa dois um crime de responsabilidade, o que, portanto, não permitiria a incorporação do caso ao processo de impeachment de Dilma, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. "A rigor, esse episódio não tem vinculação com impeachment, não se caracteriza crime de responsabilidade. Isso tem que ser dito com clareza".

    Do outro lado, o líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse não acreditar em contribuições ilegais para custear a campanha de Dilma em 2014.

    "Eu acompanhei razoavelmente de perto a campanha de 2014. Fiz parte de muitas reuniões da coordenação e assisti o rigor com que a presidente Dilma tratou as questões das contribuições e gastos com sua campanha. Seria inclusive um equívoco que ela, na perspectiva de ser reeleita, tendo ampla condição de buscar recursos com empresas, fosse permitir que uma coisa menor como caixa dois fosse comprometer a legalidade da sua campanha".

    CÂMARA

    Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, os novos indícios de caixa dois "impactam de forma muito intensa" o processo de impeachment, que está em tramitação na casa.

    "O processo de impeachment tem que ter base no que já está em curso, que é o crime de responsabilidade. Mas uma denúncia feito essa, com a força que ela vem, isso impacta de forma muito intensa", disse Imbassahy.

    "Já há uma vontade expressiva da maioria esmagadora dos parlamentares [em favor do impeachment] e isso aí acaba corroborando ainda mais a falta de legitimidade da presidente", afirmou.

    O vice-líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), contudo, aposta que a revelação não será levada em conta pelos parlamentares durante o processo de impeachment.

    "Essa questão é estranha à denúncia [do impeachment], é uma notícia de jornal, e eu tenho certeza que a campanha da presidente Dilma agiu estritamente dentro da lei, com rigor", disse Teixeira.

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