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    Lava Jato

    Vice-líder do PT na Câmara diz que operação tenta semear 'caos social'

    ISABEL FLECK
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    01/04/2016 12h29

    Pedro Ladeira - 16.jun.2015/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 16-06-2015, 12h00: Reunião da Comissão de Direitos humanos da câmara, sob a presidência do dep. Paulo Pimenta (PT-RS), durante audiência pública sobre a proposta de redução da maioridade penal. Participam os ministros da Justiça Jose Eduardo Cardozo e dos Direitos Humanos Pepe Vargas, além da dep. Maria do Rosario (PT-RS) e do vereador de SP Ari Friedenbach, que teve a filha estuprada e morta por um menor. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    Deputado Paulo Pimenta (PT-RS), ao lado do então ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (à esq.

    O vice-líder da bancada do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), disse nesta sexta-feira (1º) que os investigadores da Lava Jato "extrapolaram as suas competências, agindo à revelia da lei" na operação deflagrada nesta manhã, tentando semear "mais elementos de caos social".

    Segundo ele, "o juiz Sergio Moro e os investigadores da Lava Jato atuam como se fossem juízes e promotores criminais do Estado de São Paulo".

    A nova fase "Carbono 14" aproxima ainda mais os investigadores de Curitiba do assassinato do prefeito petista de Santo André (SP), Celso Daniel, ocorrido em 2002. Um dos presos nesta sexta é o empresário Ronan Maria Pinto, dono do jornal "Diário do Grande ABC", cujo nome aparece ligado ao caso Celso Daniel.

    Para Pimenta, tentar fazer um vínculo entre a morte de Celso Daniel e a investigação da Lava Jato na Petrobras "é tentar semear na opinião pública mais elementos de instabilidade, de caos social, de ódio".

    "Se houve um assassinato, ele já foi esclarecido. Não tem nada a ver com a Lava Jato", afirmou. "Tentar reacender no imaginário da opinião pública uma tentativa de fazer um vínculo sobre a investigação da Lava Jato na Petrobras com este episódio é algo absolutamente artificial e absolutamente incompreensível."

    'ESTRANHEZA'

    O deputado disse causar "estranheza" o fato de que, sempre que há um ato favorável ao governo –como as manifestações de quinta–, "imediatamente surge mais um fato para criar esse ambiente de espetáculo".

    "São questões já suficientemente tratadas na Justiça. Algumas delas inclusive transitadas em julgado. E que ressurgem agora requentadas", disse.

    "São fatos que, de maneira alguma, se justificam estarem sendo investigados no âmbito da Lava Jato. Já foram objeto de investigações em outras oportunidades, e não há absolutamente nenhuma questão que envolva o PT nesses episódios ou o presidente Lula."

    Na operação, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária –de Ronan Maria Pinto e do ex-secretário-nacional do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira, conhecido como Silvinho- e dois de condução coercitiva -ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do jornalista e diretor editorial do site "Opera Mundi" Breno Altman.

    Pimenta disse ainda que a nova operação "é mais uma tentativa de interferir no processo político brasileiro, e oferecer aos golpistas elementos que possam justificar a quebra do Estado democrático".

    "Denunciamos essa politização excessiva do poder Judiciário na condução das investigações que dizem respeito à operação Lava Jato."

    OPOSIÇÃO

    O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que, a nova operação mostra que o PT "se assemelha muito mais a uma organização criminosa do que a um partido político".

    "O Brasil toma conhecimento do que o PT é capaz. O modus operandi passa por corrupção, chantagem e queima de arquivo."

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