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    o impeachment

    Por apoio, Dilma estuda incluir Educação no 'varejão' de cargos

    VALDO CRUZ
    GUSTAVO URIBE
    MARIANA HAUBERT
    DE BRASÍLIA

    02/04/2016 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    Dilma e o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no lançamento da 3ª etapa do programa "Minha Casa, Minha Vida", em Brasília (DF)
    Dilma e o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, em Brasília (DF)

    Na estratégia para salvar a presidente Dilma Rousseff do impeachment, o grupo governista do PMDB sugeriu ao Palácio do Planalto que inclua o Ministério da Educação na negociação para garantir o apoio de partidos aliados como o PP e PR.

    Segundo a Folha apurou, foi proposto à presidente que, em vez do Ministério da Saúde, ofereça ao PP a Educação, mantendo na primeira pasta o ministro Marcelo Castro, indicado pela bancada do PMDB na Câmara.

    A ideia é que o ministro Celso Pansera, do PMDB, deixe o Ministério de Ciência e Tecnologia, para o qual voltaria Aloizio Mercadante, abrindo espaço para que o Ministério da Educação fosse ofertado ao PP.

    A proposta, porém, não conta com a simpatia do Planalto, que teme contrariar sua base social ao colocar a Educação na mesa de negociações. Mesmo assim, a tendência do governo é manter Castro na Saúde, buscando oferecer ao PP outra pasta.

    Em reunião nesta sexta-feira (1º) no Palácio da Alvorada, a presidente Dilma avaliou com sua equipe que deixar o peemedebista na Saúde pode ser o melhor caminho, por dois motivos.

    Primeiro, para garantir entre 20 e 25 votos de deputados peemedebistas contra o impeachment no plenário da Câmara. Segundo, porque o governo enfrenta o avanço de várias doenças, como dengue, zika e chikungunya, e trocar seu comando afetaria as medidas adotadas na área.

    Durante a reunião, Dilma manifestou o desejo de não retirar a ministra Kátia Abreu, também do PMDB, do comando da Agricultura, que passaria a fazer parte de sua cota pessoal. Pelo esboço traçado, além de Pansera, deixaria o governo o ministro peemedebista recém-nomeado Mauro Lopes (Aviação Civil), pasta que pode ser oferecida nas negociações ao PP ou PR.

    Ficaria, além de Castro e Kátia, o ministro Helder Barbalho (Portos). O ministro Eduardo Braga também pode ficar, mas com chances de ser deslocado para Ciência e Tecnologia, abrindo espaço para que o Ministério de Minas e Energia seja ofertado a outro partido governista.

    Esta pasta pode ser ofertada ao PR. O problema é que o partido preferia assumir o Ministério da Agricultura, que Dilma pretende manter sob controle de Kátia Abreu.

    Na mesa de negociações para atrair aliados, o governo conta ainda com o Ministério do Turismo, que ficou vago com a saída do peemedebista Henrique Eduardo Alves, e com o comando de estatais como Caixa e BNB (Banco do Nordeste).

    MAIS TROCAS

    A estratégia do Palácio do Planalto é manter a seu lado a ala do PMDB contrária à posição de rompimento assumida pelo vice-presidente Michel Temer e usar os ministérios peemedebistas que ficarão vagos para manter na base PP, PR e PSD.

    Nesta sexta, o governo deu sequência à exoneração de indicados de peemedebistas que romperam com o governo. Foi demitido o vice-presidente da Caixa, Roberto Derziê, da cota de Temer.

    E buscou atender um pleito antigo do PTB, mudando uma diretoria da Casa da Moeda. Por enquanto, dos 19 deputados do PTB, 14 prometiam votar contra o governo.

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