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    o impeachment

    Em ato em São Bernardo, Lula manda Temer ir 'pedir voto na rua'

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    04/04/2016 19h54

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu, nesta segunda-feira (4), que o vice-presidente Michel Temer, dispute uma eleição e "vá para rua pedir voto" para governar o Brasil. O ex-presidente falou em ato organizado pela "Frente ABC Contra o Golpe", em São Bernardo.

    "Não tenho nada contra Michel Temer. A única coisa que poderia falar é 'companheiro, Temer, se você quer ser presidente, dispute a eleição, meu filho'", disse Lula. E acrescentou: "Vai para rua pedir voto para você. Esse negócio de pensar em encontrar o caminho para chegar lá não dá certo".

    Minutos antes, o presidente da CUT, Vagner Freitas, chamou Temer de golpista: "Se alguém achar que Temer vai ser um golpista na presidência, no primeiro dia vamos combatê-lo até retirá-lo".

    Num ato promovido pelo Sindicato Metalúrgicos, Lula disse que "Dilma está precisando do povo brasileiro". E que vai ajudar a presidente em Brasília "para que saia pela porta da frente do Palácio do Planalto". Segundo ele, "às vezes Dilma fica sozinha no palácio só sofrendo pressão".

    Ao falar para os militantes, ele "disse que é preciso dar uma consertada na política econômica" e conclamou os movimentos sociais a ir às ruas contra o impeachment. "No dia que tiver a votação do impeachment temos que ir para as ruas".

    O ex-presidente também defendeu mudança na política, afirmando que foi uma condição para ocupar a Casa Civil. "Eu disse para companheira Dilma, venho para cá [para o governo], mas temos que saber que é preciso dar uma certa consertada na política econômica".

    Ele prometeu abrir o diálogo. "É importante conversar com mercado. Mas nosso mercado é povo trabalhador. Não adianta agradar. Quanto mais a gente agrada, mais a capa da revista bate. Mais sai porrada na TV e nos jornais".

    Lula ainda ironizou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Fomos tirados pela polícia em 1979 [do sindicato em São Bernardo]. Fui deitar às 2 horas. Quem veio me fazer uma visita foi o cientista política Fernando Henrique Cardoso. Ele me disse: não tem como a polícia invadir aqui. Foi embora e a polícia invadiu. Significa que nem todo o cientista político tem a precisão das palavras. Eu poderia falar como Tite: fala muito, Fenando".

    Aos críticos da presidente, disse ainda que "quem reclama da Dilma por não conversar vai se lascar. Porque vou conversar mais do que bicho ruim".

    Lula também criticou o presidente da FIESP, Paulo Skaf, sugerindo que os movimentos sociais o questionem sobre a origem dos recursos que bancam a campanha promovida pela entidade em favor do impeachment: "Se for do sistema S, o movimento sindical tem que cobrar porque o sistema S cobrar 2,5% da folha de pagamento. Ele fala tanto em reduzir imposto por que não reduzir os 2,5% do sistema S?"

    MST

    Coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Gilmar Mauro mais cedo que os movimentos sociais farão uma mobilização permanente caso o Congresso acolha o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    "Não vai ter golpe. Mas, se tiver, Michel Temer não terá um dia de sossego neste país", afirmou o líder do MST. "A continuidade [do processo do impeachment] vai desencadear um processo permanente de mobilizações em todo o país".

    Gilmar Mauro disse acreditar, no entanto, que o pedido tende a ser rejeitado pela Câmara.

    Segundo o líder do MST, a chamada Frente Brasil Popular, da qual o movimento faz parte, tem estrutura para atuar nos diferentes Estados.

    Ele explicou ainda que o MST deverá ficar acampado em Brasília mesmo que o pedido de impeachment seja enterrado.

    No dia 17, segundo ele, "completa-se 20 anos do massacre de Eldorado dos Carajás".

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