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    o impeachment

    Vídeo do Porta dos Fundos que ironiza a PF motiva 'guerra de likes'

    DE SÃO PAULO

    04/04/2016 21h47

    Reprodução/YouTube/Porta dos Fundos
    DELAÇÃO. Porta dos Fundos. Em terra de delator, quem tem boca fala o que sabe. Mas quem escuta faz o que quer.
    Gregorio Duvivier e Fabio Porchat na cena 'Delação', do canal Porta dos Fundos

    "Foi um senador do PSDB que aceitou a propina. Foram R$ 25 milhões desviados da Vale e R$ 5 milhões da Petrobras", diz o deputado.

    O investigador da Polícia Federal só boceja e olha o celular. Mais à frente, o delator detalha um jantar na França, "pago com dinheiro público", em que se reuniram políticos "do PSDB e do PMDB", com champanhe e "arroz de lula".

    Neste momento, o policial se vira e diz: "Machado, pode emitir o mandado de prisão. Avisa lá pro juiz que a gente pegou o Lula".

    O esquete "Delação", publicado pelo canal Porta dos Fundos no YouTube no último sábado (2), tem gerado grande repercussão –e motivado uma "guerra de 'likes'".

    A cena, com Fabio Porchat e Gregorio Duvivier, se tornou em poucos dias a mais assistida do canal desde "Amigo Secreto", de 14 de dezembro: até a noite desta segunda (4), eram mais de 3,5 milhões de visualizações; "Amigo Secreto" tinha 5,7 milhões.

    Em termos de repercussão, no entanto, "Delação" viu um fenômeno diferente para os padrões do Porta dos Fundos: acumulava, até a publicação deste texto, 244 mil cliques no botão "curti" e 435 mil em "não curti".

    A título de comparação, "Amigo Secreto" tinha, até a noite de segunda, 192 mil curtidas e 3.200 "descurtidas". Esquete mais antigo e com o mesmo volume de visualizações (cerca de 3 milhões), "Bromance" tinha 137 mil "likes" e 1.800 "dislikes".

    Ocorre que "Delação" motivou uma campanha de boicote nas redes sociais –com a criação, por exemplo da hashtag RIPPorta–, por causa das críticas ao trabalho da Polícia Federal.

    Nos comentários, muitos usuários chamavam o grupo de "vendidos", citando um financiamento obtido pela Lei Rouanet, e de "defensores de bandidos", entre outros xingamentos.

    "Delação"

    Antonio Tabet, sócio e roteirista do grupo, comentou o caso em sua página no Facebook –chamando a polêmica de "revanchismo bobo".

    "Quem me conhece sabe qual é a minha posição em relação ao atual governo e corruptos em geral. Minha posição, aliás, é compartilhada pela maioria dos meus colegas", escreveu. "Acho que a Polícia Federal faz um trabalho bastante competente, sou #TeamMoro".

    "Contudo, não abro mão da democracia e da liberdade. Acredito que todos têm o direito de se expressar. Inclusive aqueles que discordo e principalmente nos locais onde trabalho", disse Tabet.

    O roteirista cita dois outros vídeos, batizados de "Reunião de Emergência" para mostrar que o grupo não tem "um pensamento singular".

    No mais recente da série, de duas semanas atrás, Tabet interpreta "Michel", negocia a demissão de um ministro para poder nomear um sujeito chamado "linguiceiro de Diadema" e diz que ocupa a vaga de interino porque a presidente "está em posição fetal chorando e babando desde a divulgação dos áudios".

    A cena teve 2,6 milhões de visualizações –e 4.000 cliques em "não curti", contra 124 mil em "curti".

    "Incentivar a censura ou a intolerância nada mais é que um recibo de que você pode ser tão fascista quanto os fascistas que critica. Sejam eles imperialistas americanos ou comunistas cubanos", disse Tabet, que finalizou dizendo que ia finalizar um roteiro "zoando a deputada petista Maria do Rosário" –aprovado por Gregorio Duvivier.

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