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    o impeachment

    Dilma diz que só discute nova eleição se Congresso abrir mão de mandatos

    GUSTAVO URIBE
    DE BRASÍLIA

    05/04/2016 11h34

    Eraldo Peres/Associated Press
    Brazil's President Dilma Rousseff attends a meeting with Brazilian Ambassador Roberto Azevedo, director general of the World Trade Organization, at the Planalto Presidential Palace, in Brasilia, Tuesday, March 29, 2016. Former Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva said Monday that he believes Rousseff, his embattled successor and protege, can survive mounting pressure in Congress for her impeachment. Rousseff recently appointed Silva as her chief of staff in a much-discussed move that still must be confirmed by Brazil's top court. (AP Photo/Eraldo Peres) ORG XMIT: ERA102
    A presidente Dilma Rousseff afirmou que só discute antecipar eleições se Congresso também participar

    Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (5), a presidente Dilma Rousseff fez uma provocação em relação à proposta do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) de realizar novas eleições presidenciais neste ano, o que tem sido defendido também por parlamentares do PSB, PPS e Rede.

    A presidente disse nem rechaçar nem aceitar a iniciativa, mas ressaltou que só discutirá o assunto quando tanto a Câmara dos Deputados como o Senado aceitarem também participar de um processo eleitoral antecipado.

    "Convence a Câmara e o Senado de abrirem mão de seus mandatos. Aí, vem conversar comigo", disse Dilma.

    Ela avaliou ainda como "lamentável" a tentativa de transformar as chamadas "pedaladas fiscais" em motivo para impeachment. Segundo a presidente, esse argumento transforma o processo em uma tentativa de golpe.

    Ela lembrou que os veículos de comunicação noticiaram que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de impeachment no mesmo dia em que a bancada petista decidiu votar favoravelmente relatório que pedia o prosseguimento do processo de cassação do mandato dele.

    "As notícias mostraram que era uma retaliação pelo fato de nós não termos dado os votos no Conselho de Ética", disse.

    A petista afirmou ainda que é "impossível" governar sem que se tenha no país um pacto pelo diálogo e se não forem respeitadas "as regras do jogo".

    "Nenhum governo conseguirá governar o Brasil se não tiver um pacto pelo diálogo e pela estabilidade política e se não forem respeitadas as regras do jogo. Na hora em que se desrespeita a regra do jogo, você desrespeita o próprio jogo democrático", disse.

    A presidente criticou as chamadas "pautas-bombas" do Congresso, que aumentam os gastos do governo em meio ao ajuste fiscal. Ela classificou como uma "bomba de hidrogênio" a proposta que muda o cálculo das dívidas estaduais.

    "Instabilidade política sistemática é algo extremamente danoso. É público e notório que há um vaso comunicante entre a economia e a política", disse, acrescentando que não há estabilidade econômica sem democracia.

    PROPOSTA DE SENADOR

    A articulação para a realização de novas eleições presidenciais ainda neste ano é encabeçada por um bloco de nove senadores de PSB, PPS e Rede.

    Nesta segunda (4), a ideia ganhou apoio de um peemedebista, o senador Valdir Raupp (RO). Segundo ele, sua proposta ainda não envolve a apresentação formal de uma emenda à Constituição.

    Ele afirmou que ainda não levou o tema para debate no PMDB. Governadores foram contatados e sinalizaram apoio à estratégia de antecipar o pleito.

    DESAFIO

    O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) já se manifestou publicamente sobre a fala da presidente Dilma Rousseff sobre a convocação de novas eleições.

    Em vídeo divulgado em redes sociais, o tucano afirmou que aceita encerrar seu mandato de deputado federal e se submeter a "uma nova avaliação popular, com novas eleições", desde que a presidente renuncie.

    Propostas além do impeachment

    Viabilidade das propostas

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