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    o impeachment

    Jucá assume comando do PMDB para poupar Temer de ataques

    MARIANA HAUBERT
    VALDO CRUZ
    DANIELA LIMA
    DE BRASÍLIA

    05/04/2016 11h50 - Atualizado às 12h36

    Fernanda Carvalho/O Tempo/Folhapress
    O presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, lidera Caravana da Unidade em Belo Horizonte (MG)
    O vice-presidente da República, Michel Temer

    O senador Romero Jucá (RR) assumiu nesta terça-feira (5) o comando do PMDB em substituição ao vice-presidente da República e presidente nacional do partido, Michel Temer. A mudança é uma estratégia da sigla para poupar o vice dos ataques feitos pelo governo e por defensores da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

    Desde que a sigla decidiu pelo desembarque da administração petista, na semana passada, o governo definiu como estratégia subir o tom das críticas feitas a Temer e associá-lo à ideia de que está em curso no país um golpe contra a presidente, sob o argumento de que não existe base legal para o impeachment. Temer seria, neste cenário, um dos articuladores do golpe.

    O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), por exemplo, afirmou na ocasião que o PMDB decidiu romper com o governo para abrir o caminho para Temer assumir a Presidência da República.

    Já o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também disse, no fim de semana, que Temer "sabe que o que estão fazendo é golpe" e que a "forma mais vergonhosa de chegar ao poder é tentar imputar o mandato, dar o golpe numa mulher da qualidade e seriedade da presidenta Dilma Rousseff".

    A troca entre os dois peemedebistas já estava acordada desde a realização da convenção nacional do partido, realizada em 12 de março, mas foi antecipada porque o governo subiu o tom contra Temer nos últimos dias.

    Agora, Jucá assumirá o revide contra o governo, poupando Temer do desgaste. A avaliação é de que, como é o beneficiário direto de um eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff, não cabe a Temer fazer a defesa do partido ou responder aos ataques que são feitos diretamente a ele.

    O anúncio da mudança foi feito por Jucá em sua página no Twitter. O senador disse ainda que fará um pronunciamento na tribuna do plenário do Senado na parte da tarde.

    Twitter

    Segundo Jucá, o PMDB não vai entrar "nesse jogo" feito pelo governo. Para ele, a troca no comando da sigla retira o vice-presidente de uma "briga de rua".

    "Isso retira o presidente Michel Temer da tentativa de alguns setores de trazer o presidente Michel para uma briga de rua, para um desgaste, para um debate inócuo e muitas vezes irresponsável. Temer não vai participar desse jogo mas ao mesmo tempo o PMDB dará as respostas necessárias, com a clareza e a firmeza necessárias a qualquer tipo de provocação", disse o senador a jornalistas.

    Aliado de Dilma e defensor da sua permanência no comando do país, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que a substituição de Temer por Jucá é uma boa solução.

    "Eu procuro não comentar fatos partidários para não estreitar o meu papel como presidente do Congresso e do Senado mas eu acho uma boa solução porque o senador Romero Jucá é um grande quadro. Ele tem relação com praticamente todos os segmentos do partido e, sem dúvida nenhuma, ele pode fazer um esforço pela unificação", disse Renan.

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