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    Lava Jato

    Silvinho não fez acordo de delação premiada na Lava Jato, diz advogado

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    06/04/2016 14h20

    Luiz Carlos Murauskas - 08.jun.2005/Folhapress
    EXECUTIVA NACIONAL DO PT. SAO PAULO - JUNHO, 08: Reuniao da Executiva Nacional do PT em 08 JUNHO 2005, no Diretorio Nacional do PT, rua Silveira, 132, Mesa esq.p/direita: Silvio Pereira, secretario geral, Jose Genoino, presidente, Marlene Rocha, vogal, e Delubio Soares de Castro, secretario financas. (Foto: Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem - 0614 - SP05573-2005,Snapfoto02;13, Brasil)
    O ex-secretário-nacional do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira

    Encarregado da defesa do ex-secretário do PT Silvio Pereira, o advogado Romero Ferraz Filho afirmou, nesta quarta-feira (6), que seu cliente não fez acordo de delação premiada para ser liberado da prisão.

    Silvinho, como é chamado, foi preso na 27ª fase da Operação Lava Jato na última sexta (1º) e foi liberado quatro dias depois, o que alimentou rumores de que teria feito um acordo de delação. Ferraz Filho disse, porém, que ele foi liberado após apresentação dos argumentos de sua defesa.

    Segundo o defensor, Silvinho chegou a passar por momentos de "aflição", afirmando que não deixaria a prisão por não ter o que oferecer para garantir um acordo de delação.

    Ferraz Filho lembra que não são muitos os casos em que os investigados são liberados sem selar um acordo com o Ministério Público Federal e com a Polícia Federal.

    O advogado diz que está reunindo documentos para comprovar que o ex-secretário do PT não praticou atos ilícitos. Ferraz Filho diz ainda que o MPF cometeu "leviandades" para embasar o pedido de prisão. Entre eles, usar como argumento contratos feitos antes de Silvinho entrar para a sociedade de uma empresa.

    Segundo ele, Silvinho estava fragilizado quando afirmou que parte do dinheiro recebido em contratos referia-se ao pagamento para fornecimento de cestas de Natal. Ele não deu explicações mais detalhadas sobre outros pagamentos, que ao todo somaram R$ 500 mil. "Ele disse que tem documentos para mostrar que não cometeu ilegalidades, que prestou os serviços pelos quais recebeu. Depois do mensalão, ele fez questão de ter tudo documentado", diz o advogado.

    Ferraz Filho afirma que o ex-secretário do PT só prestou seu depoimento quatro dias após a prisão e que, nesse período, ficou sem comer e sem dormir. Por isso, está fragilizado. Silvinho saiu da prisão no Paraná na noite desta terça (5) e voltou para São Paulo de carro.

    LAVA JATO

    Ao expedir o alvará de soltura do ex-secretário do PT, o juiz federal Sergio Moro disse que não há elementos suficientes para a decretação da prisão preventiva de Silvinho. O juiz escreveu em despacho que são necessárias ainda mais investigações sobre os pagamentos que o ex-secretário do PT recebeu de empreiteiras como a UTC e a OAS.

    O despacho determina, porém, que Silvinho fique proibido de deixar o país e compareça a todos os atos do processo.

    Moro também decretou a prisão preventiva (sem prazo determinado) do empresário Ronan Maria Pinto, preso temporariamente na mesma etapa da Lava Jato.

    O juiz justificou a prisão preventiva de Ronan afirmando que as explicações apresentadas em depoimento foram "frágeis" e deixaram lacunas.

    Moro também levou em conta que o empresário já foi condenado pela Justiça de São Paulo em um processo sobre corrupção. Para Moro, isso faz com que a liberdade dele represente "risco à ordem pública".

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