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    o impeachment

    Temer prevê 'guerra jurídica' para separar contas de campanha

    DANIELA LIMA
    DE BRASÍLIA

    07/04/2016 20h06

    Com a acusação de que a Andrade Gutierrez fez doações à campanha de Dilma Rousseff com dinheiro desviado da Petrobras, feita pelo ex-presidente da empreiteira Otávio Azevedo, aliados do vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmam que ele travará uma "guerra jurídica" para tentar separar suas contas eleitorais das da petista.

    Como a Folha revelou nesta quinta, a empreiteira contribuiu com as campanhas com dinheiro oriundo de esquemas de corrupção de obras superfaturadas da Petrobras e do sistema elétrico.

    Temer já havia decidido argumentar ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que PT e PMDB tinham comitês financeiros separados, mas agora, dizem pessoas próximas ao vice, levará essa tese até o STF (Supremo Tribunal Federal), se for necessário.

    A avaliação é que a acusação da Andrade, num primeiro momento, pode fortalecer o impeachment, aumentando o constrangimento de deputados indecisos em declararem voto pró-Dilma.

    Se o afastamento não for aprovado, no entanto, peemedebistas afirmam que todas as atenções se voltarão para o TSE, para que a sigla julgue a legalidade das contas de campanha da petista. Nesse caso –sem o impeachment– uma condenação certamente contaminaria toda a chapa, cassando também o mandato de Temer.

    Por isso, a ordem entre os aliados do vice é intensificar todas as conversas em torno do impeachment, inclusive com partidos que hoje são assediados pelo Planalto para votarem contra o afastamento, como PP, PR e PSD.

    Há ainda uma ofensiva para unificar ao máximo o PMDB em torno do nome de Temer, tarefa que vem sendo executada pelo senador Romero Jucá, que assumiu a presidência da sigla. Nesse intuito, Jucá ofereceu um jantar na noite desta quarta-feira (6) à bancada de senadores de seu partido.

    Segundo pessoas que participaram do encontro, ele afirmou que a sigla não permitirá que filiados do PMDB continuem ocupando cargos no governo após o dia 12 de abril, considerado o prazo máximo de tolerância da legenda. Hoje, seis dos sete ministros que o PMDB tinha na Esplanada ainda continuam no cargo.

    Jucá ainda teria dito que o partido terá que agir com firmeza para marcar posição e não estimular a dúvida dentro de outras siglas quanto à disposição de Temer em assumir o poder, caso Dilma seja afastada.

    Houve um acordo de que a bancada do Senado não será pressionada a se posicionar sobre o afastamento de Dilma até que isso se torne inevitável, ou seja: haverá uma definição apenas se o plenário da Câmara aprovar o impeachment.

    Para a bancada do PMDB na Câmara, no entanto, a disposição é outra. A ideia é que a sigla feche questão no apoio ao impeachment até o fim da próxima semana, para constranger dissidências.

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