• Poder

    Friday, 03-May-2024 23:32:07 -03

    Todos os presos na segunda fase da Operação Alba Branca já foram soltos

    MARCELO TOLEDO
    DE RIBEIRÃO PRETO

    07/04/2016 20h41

    Todos os sete presos na segunda etapa da operação Alba Branca, que investiga o suposto pagamento de propina em contratos superfaturados de merenda com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e 22 prefeituras paulistas, já foram soltos.

    O último a deixar a prisão, na tarde desta quinta-feira (7), foi Joaquim Geraldo Pereira da Silva, cuja prorrogação do prazo de prisão temporária vencia hoje. Apontado pela operação como lobista suspeito de intermediar contratos e emitir por meio de sua empresa notas fiscais falsas para o esquema fraudulento, ele prestou depoimento no 1° DP (Distrito Policial) de Bebedouro e negou envolvimento com o grupo criminoso.

    Nesta quarta-feira (6), outros dois presos já tinham sido liberados: Sebastião Misiara, presidente da Uvesp (União dos Vereadores do Estado de São Paulo), e Emerson Girardi, ex-vendedor da Coaf, cooperativa com sede em Bebedouro (a 381 km de SP) vista como responsável pelo esquema conhecido como máfia da merenda.

    Segundo membros da operação, depoimentos de presos na segunda etapa, deflagrada no último dia 29, revelaram novos nomes de agentes públicos envolvidos no esquema.

    No dia da prisão dos suspeitos, o promotor Leonardo Romanelli já havia afirmado que nada ocorreria "sem que no final da ponta houvesse um agente público para garantir a contratação da Coaf e receber o dinheiro da propina. Dois dos sete presos fizeram acordo de delação premiada.

    Embora os depoimentos tenham acabado, a operação prosseguirá com a análise da documentação e dos computadores apreendidos.

    Fraude da Merenda

    FORO

    O lobista Marcel Ferreira Julio, que estava foragido desde a primeira fase da operação e se entregou na última semana, afirmou que o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB), era destinatário de parte da propina.

    Ele é apontado como elo da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) com a Assembleia, o governo Alckmin e as prefeituras. Ao se entregar em Bebedouro no último dia 31, Marcel disse ser inocente.

    Ele também fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público, homologado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na terça-feira (5).

    Marcel se entregou após seu pai, o ex-presidente da Assembleia Leonel Julio, ter sido preso na segunda etapa.

    Na última sexta-feira (1º), quando disse que aceitaria acordo de delação e mencionou à Polícia Civil a ligação de políticos com foro privilegiado no caso, foi transferido às pressas para São Paulo após depoimento que durou quatro horas, para ser ouvido pela Procuradoria-Geral de Justiça.

    Presos na 2ª fase da operação alba branca - A Justiça de Bebedouro (SP) emitiu na terça (29) 17 mandados de busca ou prisão de envolvidos no esquema

    OUTRO LADO

    Em nota, a assessoria de Capez afirmou que "repudia com veemência a injusta citação de seu nome na Operação Alba Branca".

    O deputado disse que sempre esteve à disposição das autoridades para colaborar com as investigações. Suas medidas foram oferecer espontaneamente ao Ministério Público a quebra de seu sigilo fiscal e bancário e apoiar a instalação de uma CPI na Assembleia Legislativa para apurar o caso.

    "[Capez] Não tem nada a temer. Deseja que essa história seja esclarecida rapidamente e até o fim", informou a assessoria.

    "Os 30 anos de imagem pública nos campos jurídico, acadêmico e político, bem como a presente gestão na presidência da Assembleia, não serão abalados, e tudo será esclarecido em breve. O envolvimento de seu nome é uma injustiça. Logo a verdade aparecerá."

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024