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    Investigação precisa de transparência, diz candidato a procurador em SP

    THAÍS ARBEX
    DE SÃO PAULO

    08/04/2016 02h00

    Zanone Fraissat-26.jul.2013/Folhapress
    SAO PAULO/SP-BRASIL,26/07/13 - Pedro Juliotti, procurador de justica no Jantar com promotores do ministério público, para comemorar a derrubada da PEC 37 e homenagear o dr. Roberto Livianu.(Foto: Zanone Fraissat /MONICA BERGAMO)
    O procurador Pedro Juliotti, candidato a chefia do Ministério Público de SP

    O Ministério Público de São Paulo elege no sábado (9) o novo procurador-geral de Justiça, que ocupará o cargo que nos últimos quatro anos esteve sob o comando de Márcio Elias Rosa.

    Três candidatos disputam a cadeira: os procuradores de Justiça Eloisa Arruda, Gianpaolo Smanio e Pedro Juliotti.

    Opositor do atual procurador-geral de Justiça, Pedro Juliotti atua no Ministério Público de SP há 28 anos. É apoiado pela Associação Paulista do Ministério Público e por seu presidente, Felipe Locke Cavancanti.

    Antes de ingressar na Promotoria, foi durante dez anos oficial da Polícia Militar. Também atuou no Gaeco e integrou o Conselho Superior do Ministério Público.

    Abaixo, a entrevista que ele deu à Folha; leia também entrevistas com seus concorrentes as cargo, Gianpaolo Smanio e Eloisa Arruda.

    *

    Folha - Uma vez que o procurador-geral de Justiça é indicado, a partir de uma lista tríplice, pelo governador, como garantir que sua atuação seja totalmente desvinculada dos interesses do governo?
    Pedro Juliotti - A indicação do primeiro colocado, aquele escolhido pela classe, confere-lhe independência suficiente para representar exclusivamente os interesses da sociedade e, consequentemente, investigar com imparcialidade quem quer que seja.

    Promotores paulistas pediram a prisão preventiva do ex-presidente Lula e chegaram a ser acusados de buscar o protagonismo em relação à Lava Jato. Como avalia a atuação deles e as críticas?
    Apoiamos a ação dos colegas de São Paulo. O Ministério Público é uno e está trabalhando coletivamente em benefício da sociedade, inclusive compartilhando provas e estratégias.

    Fortaleceremos as formas de atuação integrada nas mais diversas áreas, sempre com o objetivo garantir a excelência dos serviços prestados à população.

    Como garantir que são isentas as investigações sobre supostas fraudes na compra de merenda em SP, uma vez que um dos principais investigados, o deputado Fernando Capez (PSDB), é promotor e tem familiares no Ministério Público?
    Se honrado com a escolha da classe, todos os casos serão investigados com total transparência, independência, isenção e imparcialidade. A imprensa e a população poderão acompanhar de perto todos os atos investigatórios.

    Os envolvidos serão responsabilizados na medida de sua culpabilidade, na exata forma prevista pelo ordenamento jurídico. Distinções indevidas não serão admitidas.

    Promotores têm criticado um suposto desmantelamento dos Gaecos, os grupos de combate ao crime organizado. O que pode ser feito para melhorar?
    A atuação criminal não era prioritária nas últimas gestões do Ministério Público. Para reverter esse quadro e retomar a desejada eficiência, investiremos na estrutura das promotorias criminais, do Gaeco –órgão pioneiro do país no combate ao crime organizado– e nos respectivos órgãos de apoio.

    Quais são as suas críticas à atual gestão e propostas para o Ministério Público?
    O Ministério Público atualmente tem um preocupante problema de estrutura material, que pode prejudicar a execução de suas importantes funções.

    Soma-se a isso o fato de a transparência institucional estar longe de níveis satisfatórios. Esses aspectos têm uma origem comum que deve ser enfrentada com urgência: a falta de eficiência e profissionalização administrativas, e a inexistência de metas de qualidade.

    Propomos um Ministério Público mais forte, democrático e independente, melhor para a sociedade e também para os seus membros.

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