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    o impeachment

    Senadora Gleisi Hoffmann é hostilizada em audiência no Paraná

    JULIANA COISSI
    DE CURITIBA
    BELA MEGALE
    DE SÃO PAULO

    08/04/2016 10h48

    A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) foi hostilizada por um grupo de manifestantes com cartazes, narizes de palhaço e máscaras do juiz Sergio Moro quando participava de uma audiência pública em Curitiba, na manhã desta sexta-feira (8).

    Na chegada ao aeroporto de Curitiba, na quinta, ela já havia sido alvo de protestos de pessoas a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Quando Gleisi começou sua fala na audiência, que debate a situação dos imigrantes no país e políticas públicas para este grupo, parte do público ao fundo do auditório na Assembleia Legislativa ficou em pé e ergueu cartazes contra o PT e a senadora, com frases como "filha ingrata do Paraná" e "impeachment Já".

    No meio do discurso da senadora, marcado por gritos de um lado e pedido de silêncio em outro, o grupo de verde e amarelo começou a cantar o hino nacional, cobrindo a fala de Gleisi.

    Juliana Coissi/Folhapress
    Manifestantes a favor do impeachment gritam e vaiam contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) em audiência pública na Assembleia Legislativa em Curitiba
    Manifestantes a favor do impeachment gritam e vaiam a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)

    Neste momento, outro grupo de apoio à senadora começou a gritar "Não vai ter golpe!" e iniciou-se um bate-boca entre eles. Seguranças se aproximaram para evitar agressões. Um dos coordenadores da mesa negociou com os grupos para poderem se sentar e a palestra prosseguir.

    A senadora Gleisi permaneceu ao centro da mesa, no palco. Enquanto sírios e haitianos falavam, pedindo por apoio em educação, saúde e segurança, o grupo anti-Gleisi gritava ao fundo: "Nós também precisamos!". Em outro momento, quando o palestrante citou que, à exceção dos índios, todos os brasileiros são fruto de imigrantes, o mesmo grupo: "Eu não! Eu nasci aqui!"

    Entre debates de ideias para apoiar os refugiados, uma das palestrantes se dirigiu ao grupo anti-Gleisi para chamar de machista um dos cartazes, que dizia: "Gleisi, tuas cirurgias plásticas melhoram a tua cara, mas não melhoram teu mau caráter".

    Houve vaias e gritos dos dois lados. A senadora, que até então apenas mantinha um semblante tranquilo e sorridente focado nos debatedores, fez um discreto sinal com a mão e aceno negativo para a palestrante, como que pedisse para ela deixar para lá o comentário e seguir adiante com a palestra.

    Entre os manifestantes anti-Gleisi estavam membros do MBL (Movimento Brasil Livre). Na página do grupo, no Facebook, foram divulgadas fotos e vídeos do protesto na audiência desta sexta e da chegada da senadora no aeroporto na quinta.

    SUSPEITAS CONTRA GLEISI

    A Polícia Federal pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) o indiciamento da senadora e de seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, por suspeita de terem recebido R$ 1 milhão no esquema de corrupção da Petrobras.

    Em acordo de delação premiada, Antonio Carlos Fioravante Pieruccini, investigado na Lava Jato, contou em depoimento que fez quatro entregas de dinheiro a um empresário ligado ao PT do Paraná.

    Nesta quarta-feira (4), a defesa da senadora ingressou com uma reclamação questionando o indiciamento, alegando que a PF fere o entendimento do STF que proibiu a polícia, em 2007, de fazer, por conta própria, o indiciamento de autoridades com foro privilegiado.

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