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    o impeachment

    PT precisa aprender a arrecadar com os tucanos, ironiza Lula

    CATIA SEABRA
    DE SÃO PAULO

    08/04/2016 21h14

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou, nesta sexta-feira (8), a delação premiada de ex-executivos da Andrade Gutierrez.

    Sem citar diretamente a empreiteira, reclamou do fato de a empresa também ter feito doações a campanhas tucanas, mas políticos do PSDB não aparecerem nas delações.

    "Essa empresa mineira é sabidamente ligada aos tucanos, mas quando aparece só fala do PT. Parece que a empresa tem dois cofres: um com dinheiro benzido e um com dinheiro podre. E o PT só vai no podre", disse o ex-presidente, em ato com entidades ligadas à educação em São Paulo.

    Dirigindo-se ao presidente do PT, Rui Falcão, Lula afirmou: "Manda seguir um candidato deles. Porque lá eles pegam na sacristia. O PT precisa aprender a buscar nos cofres deles".

    Em acordo com a Procuradoria-Geral da República, os executivos da Andrade revelam que as construtoras responsáveis pela obra da hidrelétrica de Belo Monte combinaram o pagamento de propina de R$ 150 milhões –equivalente a 1% do valor dos contratos–, que seriam divididos entre PT e PMDB.

    Os recursos foram pagos, segundo a delação, como doações legais a campanhas de 2010, 2012 e 2014.

    CRÍTICA À ECONOMIA

    Lula criticou a política econômica de Dilma.

    "Fico me perguntando por que a Dilma incomoda tanto eles. A Dilma deveria estar incomodando a nós, que não gostamos do pacote de reformas que ela apresentou. Queremos ajudar a Dilma a mudar a política econômica, a fazer uma política econômica que traga esperança para o nosso povo. Não queremos um ajuste que faça corte, corte, corte. Não somos tesourinha."

    Lula disse que os manifestantes que vão às ruas pedir o impeachment de Dilma Rousseff "não são nossos inimigos. São desinformados. Eles não gostam de política".

    DEPOIMENTO

    Nesta quinta (7), Lula prestou seu terceiro depoimento à Lava Jato, em Brasília. Ele negou ter participado de uma trama para interferir na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró e disse não ter relação próxima com o senador Delcídio do Amaral.

    Segundo a Folha apurou, ele descartou ter atuado para atrapalhar as investigações da Lava Jato. Delcídio contou, em sua colaboração com a operação, que o petista agiu para tentar evitar a delação de Cerveró por meio da família de José Carlos Bumlai.

    Ao longo de uma hora e meia, Lula tentou se distanciar de Delcídio e disse que não participou da indicação do senador para a liderança do governo. Ainda negou interferências nas diretorias da Petrobras, reforçando que a aprovação dos nomes caberia ao conselho da estatal.

    Lula foi ouvido na condição de investigado. O depoimento não tratou de outras polêmicas envolvendo o ex-presidente, como os grampos da força-tarefa da Lava Jato.

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