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    o impeachment

    Em meio a ameaça de debandada, líder do PP se diz contra impeachment

    ISABEL FLECK
    RANIER BRAGON
    RUBENS VALENTE
    DE BRASÍLIA

    11/04/2016 16h50

    Apesar do movimento que, no fim de semana, fixou a posição de pelo menos nove diretórios estaduais do PP a favor do impeachment, o líder do partido na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB) reafirmou, nesta segunda (11), seu voto contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff.

    "Crime de responsabilidade é algo tão grave que não pode haver dúvida, por menor que seja, apenas certezas. Não é o presente caso", disse Ribeiro, horas antes da votação do relatório favorável ao impeachment na comissão especial da Câmara.

    "Caso venha a surgir evidências que comprovassem o envolvimento da presidente ou qualquer tipo de mal feito, eu seria o primeiro a votar contra ela, mas não é o que acontece nesse caso", completou.

    O líder do PP, contudo, disse que o governo atual "representa uma frustração" e que Dilma tem uma "parcela de responsabilidade decisiva" na crise pela qual passa o país.

    "[Estou] como muitos brasileiros, hoje decepcionados, que se sentem enganados. Acreditamos que o atual governo seria capaz de conduzir o Brasil a um futuro melhor. (...) O Brasil não precisava e nem merecia viver este momento", disse.

    O PP tem a quarta maior bancada na Câmara e seus votos têm sido disputados pelo governo e por partidos favoráveis ao impeachment. Segundo o deputado Jerônimo Georgen (PP-RS), no domingo (10), nove diretórios estaduais do PP fecharam posição favorável ao impedimento, entre eles SP, RS, PR, GO e MG.

    Também sem posição definida, o PSD dividiu seus dez minutos de fala na comissão entre os deputados Marcos Montes (MG), favorável ao impeachment, e Paulo Magalhães (BA), contrário ao afastamento.

    O PRB também dividiu seu tempo entre dois deputados: Marcelo Squassoni (SP), favorável, e Márcio Marinho (BA), que até então se dizia indeciso e nesta segunda anunciou seu voto pró-impeachment no plenário –ele não vota na comissão.

    PR

    Mauricio Quintella Lessa, líder do PR –outro partido do centro, que tem sido cortejado pelo governo e por partidos e parlamentares favoráveis ao impeachment–, seria o quinto a falar, mas optou por não se pronunciar.

    Ele ainda não declarou seu voto, assim como o deputado Edio Lopes. Os outros dois deputados do partido na comissão se posicionaram contra o impeachment.

    PSDB E DEM

    Em sua fala, o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), disse que é importante "que a sociedade esteja alarmada até o último minuto".

    "Estamos a pouco tempo de uma grave decisão. Vamos definir qual Brasil nossos eleitores, filhos e netos, merecem e terão daqui pra frente. (...) Ficarão registrados na história de cada um a sua decisão e o seu voto", disse Imbassahy.

    "Que Brasil queremos? O Brasil do mensalão, o Brasil do petrolão, dos pixulecos, de uma organização criminosa infiltrada dentro do governo federal como afirmou um dos procuradores da Lava Jato?", questionou.

    O líder do DEM, Pauderney Avelino (AM), afirmou que Dilma não tem mais condições de governar. "O Brasil quer dizer 'basta', 'chega'.

    Dúvida nos últimos dias, o deputado Aliel Machado (Rede-PR) anunciou voto contra o impeachment.

    "Eu não poderia jamais seguir o 'tira Dilma, depois tiramos eles'. Eu jamais poderia aceitar que o Michel Temer deixasse de responder na Lava Jato, se é que ele deve, pois a investigação sumiria se ele assumisse a Presidência. Jamais vou aceitar esse conluio feito pelo senhor Eduardo Cunha para escapar da cassação", disse o deputado, que também não poupou críticas ao PT.

    POSIÇÃO NA comissão - Em levantamento da <b>Folha

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