• Poder

    Wednesday, 01-May-2024 17:59:30 -03

    o impeachment

    Dilma e Lula tentarão aumentar dissidências na base após revés do PP

    GUSTAVO URIBE
    VALDO CRUZ
    DE BRASÍLIA

    13/04/2016 09h12

    Pedro Ladeira/Folhapress
    A presidente Dilma Rousseff, acompanhada do ministro Aloizio Mercadante (Educação)
    A presidente Dilma Rousseff, acompanhada do ministro Aloizio Mercadante (Educação)

    Com o revés sofrido com o apoio do PP ao impeachment, a presidente Dilma Rousseff e o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, definiram na noite de terça-feira (12) que a estratégia a partir de agora será aumentar dissidências dentro dos partidos da base aliada, fazendo uma ofensiva individual sobre deputados federais tanto indecisos como definidos.

    Na divisão de tarefas esboçada em jantar, promovido no Palácio do Alvorada, o Palácio do Planalto ficaria responsável por avançar sobre as bancadas do PP, PR e PSD.

    Hoje, o governo calcula contar nessas siglas com cerca de 40 votos. A ideia é aumentar em pelo menos 10 esse total nas três legendas, entre votos, ausências ou abstenções. Para isso, a ordem é agilizar as nomeações em cargos de segundo e terceiro escalões.

    Em outra frente, caberia ao ex-presidente avançar sobre os demais partidos, sobretudo naqueles onde há menor resistência para traições de última hora.

    O petista também ficaria responsável pelo PMDB. Segundo auxiliares e assessores da presidente, não há mais a garantia, dada pelo líder Leonardo Picciani (RJ), de que o partido entregaria pelo menos 25 votos contra o impeachment.

    O Planalto calcula garantir 16 votos do partido, mas aliados do vice-presidente Michel Temer avaliam que hoje o número seja bem menor, de no máximo dez.

    Por isso, os três ministros da sigla que detêm mandatos na Câmara dos Deputados –Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Marcelo Castro (Saúde) e Mauro Lopes (Aviação Civil)– devem se licenciar para participar da votação no domingo (17).

    "Nós vamos resistir, vamos ganhar e queremos respeito ao terceiro turno, porque vamos ganhar no domingo na Câmara dos Deputados", disse Pansera.

    Caso o impeachment seja aprovado e o processo passe para o Senado, a ideia é que os ministros Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia) façam o mesmo.

    A decisão do PP pegou a presidente de surpresa e mudou o humor do governo, que passou a temer a possibilidade do impeachment ser aprovado no plenário da Câmara.

    Nas palavras de um assessor presidencial, o "quadro mudou" e o cenário "voltou a ficar indefinido" com a possibilidade de um resultado apertado no domingo (17).

    A projeção realista que era feita na segunda (11) era que o governo obteria entre 190 e 200 votos. Com o PP majoritariamente fechado a favor do impeachment, o cálculo passou para cerca de 180 votos, próximo ao limite para barrar o processo de impeachment.

    Na manhã desta terça, o presidente nacional da sigla, Ciro Nogueira, informou ao ministro Jaques Wagner (Gabinete da Presidência) que não seria possível garantir os cerca de 25 votos inicialmente prometidos para segurar o impeachment.

    O recado causou apreensão no governo e levou os ministros Jaques Wagner e Ricardo Berzoini a se reunirem em almoço com Lula para discutir uma estratégia de reação.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024