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    o impeachment

    Por 30 votos a 8, PSD vai orientar posição favorável ao impeachment

    ISABEL FLECK
    DÉBORA ÁLVARES
    RANIER BRAGON
    DE BRASÍLIA

    13/04/2016 14h10

    Após a debandada da maioria dos deputados do PP, nesta quarta-feira (13) foi a vez do PSD do ministro Gilberto Kassab (Cidades) tomar uma posição majoritariamente pró-impeachment. Por 30 votos a 8, a bancada do partido decidiu orientar no domingo (17) o voto favorável à destituição de Dilma Rousseff.

    "Nós entendemos que essa é uma votação em que tem que ser marcada uma posição. É uma votação que tem uma imensa responsabilidade, e o PSD não se sentiria confortável em manter liberada [a bancada para votar como quiser]", disse, no começo da noite o líder da legenda na Câmara, Rogério Rosso (DF).

    "A decisão da nossa bancada é mudar o encaminhamento de liberado para apoiar o relatório pela admissibilidade [do impeachment]. [A bancada] porém respeitará absolutamente o voto de cada parlamentar que pense diferente", afirmou.

    A decisão complica ainda mais a situação da petista, o que leva deputados a afirmar que a essa altura está ficando incontornável a "onda" favorável ao afastamento da presidente da República.

    Segundo Rosso, Kassab participou dos primeiros dez minutos da reunião dos deputados da sigla na manhã desta quarta e deixou claro "que a bancada sempre foi e sempre será soberana nas suas decisões". "O ministro disse que qualquer que fosse a decisão da bancada, ele respeitaria. Ele não foi impor uma decisão até porque ele jamais faria isso", declarou.

    Kassab saiu da reunião sem falar com a imprensa. Rosso disse não saber se o ministro deixará o cargo após a decisão da bancada.

    Informado do placar da votação na reunião por Rosso, o ministro pediu que o anúncio oficial fosse dado no início da noite para que, segundo a Folha apurou, ele tenha tempo de tomar suas "providências".

    O PSD tem hoje 36 deputados em exercício, mas a conta de 38 considera dois parlamentares licenciados que podem retornar à Câmara até domingo: André de Paula (PE), hoje secretário das Cidades de Pernambuco, e Edmar Arruda (PR), que saiu em março por questões de saúde.

    A mudança, contudo, não alteraria o placar, já que os dois, que já se declararam a favor do impeachment, voltariam para o lugar dos deputados Paulo Martins (PSDB-PR) e Raul Jungmann (PPS-PE), também favoráveis ao afastamento de Dilma.

    MINISTÉRIO DAS CIDADES

    O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, homem de confiança de Kassab, adianta que seu colega deverá permanecer à frente do Ministério das Cidades, embora calcule que até 70% dos deputados do partido votarão a favor do impeachment.

    "Enquanto não cai o governo, Brasil tem que continuar funcionando [até o fim do processo no Senado], você não pode abandonar posto. Até onde sei, ele vai continuar no ministério e cumprir o compromisso até o fim", disse Afif, sobre a situação de Kassab.

    Frisando que não participa da articulação política desde que deixou o extinto Ministério da Micro e Pequena Empresa, em outubro, Afif acredita que a maioria de seus correligionários vai se posicionar contra o governo por pressão de suas bases eleitorais.

    "Informação que eu tenho é que Kassab liberou a bancada para votar de acordo com a pressão de suas bases. Como as pressões das bases são bastante altas, você vai ter uma maioria que deve votar pró-impeachment", justificou.

    "Antes, estava meio a meio [metade dos deputados do PSD contrário e o restante favorável ao impeachment], hoje deve estar uns 70% a 30%", calculou o presidente do Sebrae, que rejeita o termo "desembarque" quando fala da bancada do PSD.

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