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    o impeachment

    Bispo fluminense diz que crise do país tem origem 'na corrupção eleitoral'

    THAIS ARBEX
    ENVIADA ESPECIAL A APARECIDA (SP)

    13/04/2016 17h21

    O bispo de Campos dos Goytacazes (RJ), Roberto Ferrería Paz, afirmou nesta quarta-feira (13), que a atual crise política do país tem origem "na corrupção eleitoral".

    "Onde está a causa é origem da crise? Nós vemos que a crise está, lamentavelmente, na corrupção eleitoral, que leva a comprometimentos escusos com o poder econômico", disse à Folha.

    "Isso é consequência também da globalização financeira, onde a política se torna galpão de negócios e a economia passa a governar a política", completou.

    Na tarde desta quarta, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou um documento em afirma que o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais "estanca uma das veias mais eficazes da corrupção".

    "É um dos passos que permitem devolver ao povo o protagonismo eleitoral, submetido antes ao poder econômico. Além disso, estanca uma das veias mais eficazes de corrupção, como atestam os escândalos noticiados pela imprensa", diz o texto.

    Discutido durante a 54 Assembleia Geral da CNBB, que acontece em Aparecida, no interior de São Paulo, o documento intitulado "Mensagem para as eleições 2016", prega também a renovação política, por meio do fim do "carreirismo político". O texto incentiva integrantes da Igreja Católica a disputaram as eleições municipais deste ano.

    "A política deve ser sempre tida como serviço. Quando o poder não se torna serviço, se corrompe. Se a gente vira um profissional da política, vai exercer esse cargo em benefício próprio", afirmou dom Paz.

    Segundo ele, o pleito de outubro será fundamental para o fundamentais para o país "sobreviver e ter futuro".

    O documento divulgado pela CNBB nesta quarta di também que a igreja "não assume nenhuma candidatura", mas, em nome da renovação da política, "incentiva os cristãos leigos e leigas, que têm vocação para a militância político-partidária, a se lançarem candidatos".

    "Queremos caras novas. Como se faz em uma democracia mais estável e adulta, queremos a renovação da política", disse o bispo de Campos.

    De acordo com ele, a igreja tem "muito clara a separação com o Estado", mas cabe a ela "formar bem seus quadros, não para fazer uma política coorporativa", mas sim para "colocar os valores do Reino de Deus dentro da política".

    Nesta terça (12), o padre Claro Antonio Jacomo, 72, aproveitou o sermão da missa na igreja São Francisco de Paula, no centro do Rio, para fazer um discurso pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    "Vamos dar graças a Deus que o depoimento pró-impeachment foi simplesmente 38 votos contra 27 [pela aprovação do relatório]. E espero que, também na votação final, seja 370 contra 27, e está ótimo também", disse.

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