Um dia após o governo sofrer um dos maiores baques na luta para conseguir votos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff com o desembarque do PP da base, o PTB anunciou nesta quarta-feira (13) que também vai orientar sua bancada contra a petista na votação do processo no domingo (17).

Após reunião realizada nesta tarde, apenas quatro dos 19 deputados defenderam manter o apoio à Dilma. A direção do partido, já informada do resultado, se reúne na quinta (14), para definir um posicionamento geral.

Ainda não há definição se haverá fechamento de questão, mas a tendência é não haja punição a nenhum membro da sigla que, por questões regionais, decida votar com o governo.

"O Brasil vive a pior crise e não tem como se reerguer caso o atual governo permaneça", afirmou o líder em exercício, Wilson Filho (PB).

Outra justificativa apresentada pelo deputado se refere à coerência do partido com o parecer elaborado pelo integrante da bancada, Jovair Arantes (GO), que elaborou o relatório do processo de impeachment de Dilma. Depois de ver seu parecer, pela saída da petista do cargo, aprovado na comissão, Jovair disse acreditar que sai como herói.

Filha do ex-deputado Roberto Jefferson, condenado no processo do mensalão, a deputada Cristiane Brasil (RJ) explicou que o grupo não pretende exigir que o ministro do partido, Armando Monteiro (Desenvolvimento), entregue o cargo. "Ele não é uma indicação do partido, mas pessoal da presidente. Não faz diferença para nós se desejar ficar onde está".

Ela conta ter conversado com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), duas vezes semana passada. Segundo ela, contudo, não houve tratativas sobre cargos em um futuro governo caso o impeachment de Dilma seja aprovado.