Protesto agendado para esta sexta-feira (15) ameaça fechar estradas em vários Estados brasileiros durante mobilização contrária ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Os atos foram convocados pela Frente Brasil Popular, que reúne mais de 60 entidades dos movimentos sindical e social, além dos partidos PT, PC do B e PDT.

A ação foi definida no último dia 6 e divulgada entre os membros da frente na "Circular 11/2016 - Orientações para a mobilização em defesa da democracia". "Promover no dia 15/04 uma Jornada Nacional de Mobilização contra o Golpe, fechando estradas, fazendo paralisações e assembleias em fábricas, entre outras ações de impacto a serem definidas nos Estados", diz o texto.

Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares e membro da Frente Brasil Popular, não confirma o fechamento de estradas. Ele diz apenas que haverá um "conjunto de ações no campo e na cidade".

"As ações desta sexta serão uma demonstração do que vai acontecer no Brasil caso o impeachment prospere", disse. Além disso, os protestos servirão de "esquenta" para o domingo (17), data prevista para a votação do processo de impeachment na Câmara.

DOMINGO NO ANHANGABAÚ

No domingo (17), as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo preveem levar 200 mil pessoas ao vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. A concentração está marcada para as 10h, sob o viaduto do Chá. A expectativa é que o horário de pico seja à tarde.

O ato vai intercalar, segundo seus organizadores, intervenções políticas e artísticas. Uma carreta de 12 metros de comprimento estará próxima ao viaduto do Chá. Serão instalados três telões para que os manifestantes possam acompanhar a votação dos deputados em Brasília.

A organização chegou a comunicar às autoridades a intenção de fazer seu protesto em três lugares diferentes: na avenida Paulista, na praça da Sé e no vale do Anhangabaú. Como ficou comprovado que os movimentos pró-impeachment protocolaram antes o pedido para se reunir na avenida Paulista, os movimentos de esquerda decidiram ficar no vale.

A Frente Brasil Popular, que fez uma manifestação contra o impeachment em março na Sé, avaliou que a praça ficou apertada para o protesto. De acordo com o Datafolha, 40 mil pessoas compareceram.

Os organizadores do ato pró-governo de domingo se reuniram nesta quarta (13) com Polícia Militar, CET e SPTrans para comunicar a estimativa de público e tomar providências para que tudo corra bem. Segundo Douglas Izzo, presidente da CUT-SP, o grupo pediu à polícia reforço de segurança nas estações de trem e metrô, onde manifestantes contrários e favoráveis à saída da presidente poderão se encontrar.

Coordenador estadual do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), Josué Rocha disse que as movimentações contra o impeachment cresceram nesta semana, porque "o golpe está se evidenciando".

"É um golpe que visa colocar no poder Michel Temer e Eduardo Cunha para um governo que vai claramente contra os trabalhadores", afirmou.

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Agenda de atos pró-Dilma:

• 14.abr - Carnaval contra o impeachment no Rio - Concentração às 17h na praça XV de Novembro

• 15.abr - Fechamento de estradas

• 16.abr - Arrastão dos blocos de rua de São Paulo - Concentração às 15h na praça do Patriarca

• 17.abr - Concentrações em locais públicos de várias cidades para para acompanhar a votação. Em São Paulo, o ato será no Vale do Anhangabaú

• todos os dias - Evento #OcupeaDemocracia organizou apresentações de artistas no largo da Batata das 14h às 22h

Agenda de atos anti-Dilma:

• 15, 16 e 17.abr - Trio elétrico com shows em Brasília

• 17.abr - Acompanhamento da votação em telões na avenida Paulista - Concentração às 14h. Show com Carreta Furacão - Previsto para as 17h.

Mapa dos protestos