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    Temer é o 'profissional das intrigas parlamentares', diz jornal francês

    DA RFI

    14/04/2016 11h04

    Alan Marques-2.mar.2016/Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL 02.03.2016. A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer participam da assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta entre a União, os estados de Minas Gerais e do Espírito Santo e a Samarco Mineradora S/A(FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    A presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer em evento em Brasília

    O jornal francês "Le Monde" desta quinta-feira (14) publicou um perfil do vice-presidente Michel Temer, "homem dos bastidores" que pode virar presidente caso Dilma Rousseff seja afastada pelo impeachment, que será votado na Câmara no domingo (17).

    Discreto, elegante, glacial. É assim que o "Le Monde" descreve Temer, "homem dos bastidores, filho de imigrantes libaneses, profissional da política e das intrigas parlamentares", que amanhã poderá governar o Brasil.

    O jornal francês lembra que o ex-líder do PMDB não tem nem 3% das intenções de voto, mas pode virar presidente caso Dilma seja afastada. Para o "Le Monde", Temer sabe que sua hora chegou e não esconde isso, citando o discurso de união nacional de segunda, onde o vice promete fazer as reformas necessárias para o país e garantir a "perenidade dos programas sociais".

    'EJACULADOR PRECOCE DO PLANALTO'

    O jornal francês também lembra que Temer é qualificado de "ejaculador precoce" do Planalto, que se comporta como se a batalha estivesse ganha, e que suscitou a indignação de Dilma. A presidente vê no vice e seu ex-aliado "o chefe dos conspiradores". O papel de "traidor adjunto" caberia a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, próximo da bancada evangélica, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro.

    Para o "Le Monde", Cunha quer transformar a votação do impeachment em um grande espetáculo público, transmitido pela Globo. "Temer não é o homem que os brasileiros esperam, mas ele acredita em seu destino?, diz o texto. "Os partidos aliados ao PT abandonam o governo um após o outro, e se posicionam a favor da destituição", observa o jornal, citando o PP, o PRB, o PSB e, mais recentemente, o PSD, que se pronunciaram a favor da saída da presidente.

    LULA NÃO CONSEGUE CONTER O PROCESSO

    A ação de Lula nos bastidores, diz o "Le Monde", não impede a derrocada de Dilma. "Mesmo batalhando nos bastidores ou oferecendo ministérios em troca de apoios, a hemorragia continua?, escreve a jornalista Claire Gatinois, autora da matéria. "Os indecisos se posicionam no campo que tem mais chances de vencer. Quanto mais as demissões se acumulam, mas o governo sai fragilizado", avalia Marco Antonio Carvalho Teixeira, cientista político da Fundação Getúlio Vargas, entrevistado pelo jornal.

    O "Le Monde" conclui a reportagem dizendo que a votação de domingo é imprevisível, e manifestações são esperadas nas ruas de opositores e defensores do PT.

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