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    BBC

    Para 'Financial Times', impeachment pode jogar país 'no caos'

    DA BBC BRASIL

    14/04/2016 11h31

    O jornal britânico Financial Times diz acreditar que o impeachment da presidente Dilma Rousseff pode ser apenas o começo de mais problemas para o Brasil.

    Em reportagem publicada nesta quinta-feira (14), o correspondente do jornal no país, Joe Leahy, explica o complexo cenário político que marcará a votação do processo na Câmara neste domingo (17).

    Em formato de perguntas e repostas, o texto chama a atenção para o que chama de "julgamento político" de Dilma, embora ressalte as acusações relacionadas às pedaladas fiscais, que baseiam o pedido de afastamento.

    "O impeachment é, essencialmente, um voto de desconfiança. Rousseff se tornou uma das mais impopulares líderes da história democrática do Brasil", escreveu Leahy.

    O FT afirma que há a possibilidade de o processo de impeachment trazer mais instabilidade ou mesmo "jogar o país no caos".

    O jornal cita o fato de que o vice-presidente e possível substituto de Dilma, Michel Temer (PMDB), também corre o risco de perda de mandato por causa da investigação sobre o financiamento da campanha eleitoral que, em 2014, reelegeu ambos.

    E, apesar de classificar um eventual governo Temer como mais "amigável" para o mercado, aponta o risco que ele enfrentaria ao ter o PT de volta à oposição, sobretudo por causa da tese defendida por Dilma e seus aliados de que o impeachment é um golpe.

    "Se, assim como muitos acreditam, ela (Dilma) e o partido (PT) se recusarem a aceitar o resultado do processo de impeachment, o Brasil entrará em território desconhecido", opinou Leahy.

    A publicação britânica ressalta a crise econômica brasileira e vê culpabilidade de Dilma, além de mencionar que, embora não seja alvo das investigações do escândalo de corrupção da Petrobras, ela foi presidente do Conselho de Administração da estatal entre 2003 e 2010, período em que o esquema operava.

    O FT, porém, menciona as pesquisas de opinião que mostram um grande número de brasileiros (58%) como também favoráveis ao impeachment de Temer.

    O texto inclui uma comparação com os eventos que levaram ao afastamento de Fernando Collor de Mello da Presidência da República em 1992, em que Leahy observa o fato de que tanto ele à época quanto Dilma terem uma popularidade baixíssima.

    Mas o FT observa que, ao contrário de Collor, Dilma tem o apoio de um partido forte no Congresso.

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