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    o impeachment

    Área do 'muro' em Brasília será cercada por gradis e terá PMs e cães

    MACHADO DA COSTA
    DE BRASÍLIA

    15/04/2016 02h00

    A barreira construída para separar os protestos contra e pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo (17), na Esplanada dos Ministérios, dividiu opiniões e gerou até debates sobre eficácia e riscos para a segurança dos manifestantes.

    Pensada pelo governo do Distrito Federal, a estrutura de aço recebeu críticas tanto dos grupos de manifestantes, quanto do governo federal.

    A SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do DF) afirma que o projeto leva em consideração experiências adquiridas em grandes eventos na capital e informações de órgãos de inteligência.

    "O planejamento foi feito para dois eventos de massa simultâneos", afirma a Secretaria de Segurança.

    A divisória, feita de 455 chapas de aço e escoradas por hastes de ferro, foi criticada pela empresa que forneceu equipamento semelhante para os eventos de rua do feriado de 7 de Setembro.

    CRÍTICAS

    Segundo Ricardo Tersitano, da empresa concorrente, as peças de metal da barreira "podem virar armas".

    O "muro", que pretende evitar que os grupos rivais se enxerguem, se estende por um quilômetro, desde o Congresso Nacional até o último dos prédios dos ministérios.

    O dono do equipamento, o empresário Cuca Almendra, afirma que não há chance de alguém utilizar as hastes como armas. "Elas ficam 35 cm dentro da grama. Ninguém consegue arrancar as hastes sem uma máquina", diz.

    O governo do Distrito Federal diz que o aluguel da estrutura metálica custou R$ 7.850.

    Segundo o governo, o equipamento de segurança foi contratado sem licitação porque a obra custou menos do que o limite definido pela lei de licitações, de R$ 8.000.

    Almendra nega ter dado desconto para que o preço ficasse baixo. Ele diz que só custou isso porque foi feita uma "chamada de preço", na qual ele optou por ofertar apenas o valor de uma diária para oito dias.

    "Não foi desconto, foi o preço que pensei que poderia ofertar para ganhar", afirma o empresário.

    De cada lado do muro, gradis colocados a 40 metros de distância e usados para formar um corredor ocupado pela Polícia Militar.

    Segundo o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, cachorros também circularão pelo espaço.

    "É uma área de segurança. Ali ficarão o batalhão de Choque [da PM], a cavalaria, cachorros, o Samu –todo o aparato policial", afirmou Rollemberg.

    Os gradis que vão garantir a distância de 80 metros entre os manifestantes pró e contra impeachment são emprestados do estádio Mané Garrincha, que não receberá jogos no final de semana.

    Muro de Brasília

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