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    o impeachment

    Protestos contra impeachment fecham vias em 15 Estados e no DF

    DE SÃO PAULO

    15/04/2016 10h15

    Uma série de protestos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) fechou vias em pelo menos 15 Estados e no Distrito Federal, e fez o trânsito bater recorde na manhã desta sexta-feira (15) em São Paulo.

    A maior parte dos protestos foi convocada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), que interditou rodovias em PE, MS, MT, MG, PR, SC, PI, SE, AL, PA, PB, SP, RJ e DF, com a participação de sindicatos e outros movimentos sociais. Também houve manifestações na Bahia e no Espírito Santo.

    Mais tímido, um protesto contra o governo federal foi registrado em vias de Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo.

    Acompanhe aqui a cobertura ao vivo

    Na capital paulista, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o índice recorde de congestionamento se deu às 9h, com 183 km de vias com lentidão. A marca anterior havia sido 177 km, em 11 de março, quando houve chuvas e alagamentos na cidade.

    As manifestações começaram pela manhã, em ao menos oito pontos de São Paulo. Às 10h, apenas um seguia interditado, nos dois sentidos: o viaduto do Chá, na região central, sede da Prefeitura de São Paulo. O viaduto já foi liberado.

    Os outros foram: a avenida do Estado, a ponte das Bandeiras, o cruzamento das avenidas Ipiranga e São João e a rua da Consolação próximo à praça Roosevelt (todos na região central), a pista local da marginal Tietê na altura da ponte do Tatuapé, a rua Padre José Garzotti (zona sul), rodovia dos Imigrantes na altura do km 16 e a via Dutra, em Guarulhos.

    Embora as vias tenham sido liberadas, o trânsito causou reflexos em outros pontos. O fechamento na marginal, por exemplo, causava às 10h10 um trânsito de 13 km, segundo a concessionária Ecopistas. Às 10h, a lentidão total na cidade havia diminuído: era 134 km, segundo a CET.

    No interior de São Paulo, segundo organizadores dos protestos, também houve interdição de rodovias, como a Anhanguera, na região de Ribeirão Preto, a Marechal Rondon, em Andradina, e a Washington Luiz, em São Carlos.

    De acordo com Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares e integrante da Frente Brasil Popular, a intenção dos atos foi mostrar "um pouco do que virá" se a Câmara aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    Editoria de arte/Folhapress
    Mapa interdições protestos
    Mapa interdições protestos

    RIO DE JANEIRO

    Ao menos 100 pessoas protestam na tarde desta sexta-feira (15) em frente ao prédio da Firjan, no centro do Rio.

    O ato foi puxado pela Frente Brasil Popular, que congrega movimentos sociais, partidos de esquerda, centrais sindicais e união de estudantes contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    O carro de som foi levado ao protesto pelo Sindmetal-Rio, o sindicato dos metalúrgicos, ligado à CTB (Central dos Trabalhadores Brasileiros).

    Os manifestantes criticam a Firjan, entidade patronal das indústrias do Rio.

    Eles citam o fato de a federação receber dinheiro da contribuição sindical obrigatória e agora defender o impeachment.

    MST

    Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a PM do Distrito Federal apreendeu na manhã desta sexta-feira (15) cerca de 20 objetos entre facas, facões e estilingue que estavam em dois ônibus de trabalhadores rurais que chegavam ao local para manifestações programadas para essa noite.

    De acordo com o coronel Antônio Carlos, chefe da Comunicação Social da PM, os trabalhadores rurais, ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), foram liberados após a apreensão e estão sendo orientados a não trazer objetos de trabalho para os protestos.

    O MST informou na manhã desta sexta-feira (15) que iniciou protestos em 11 Estados do país contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

    De acordo com nota publicada pela organização, nos Estados do Paraná, Alagoas, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais, Piauí, Pará, Sergipe e Distrito Federal já houve bloqueio de estradas e protestos em áreas urbanas. O lema das manifestações é "Golpe aqui não passa! Reforma Agrária Já!".

    O MST também está lembrando os 20 anos da Chacina de Eldorado dos Carajás (PA), que faz aniversário no domingo (17). No massacre, 21 integrantes do movimento foram mortos por policiais militares.

    BAHIA

    Um dos maiores protestos contra o impeachment de Dilma aconteceu na capital baiana. Em Salvador, ao menos 2.700 ônibus urbanos não deixaram as garagens das empresas devido a um ato em apoio à presidente, nesta madrugada.

    A manifestação começou por volta das 4h e acabou por volta das 8h. Segundo a Prefeitura de Salvador, cerca de 2 milhões de pessoas foram afetadas pela falta de ônibus neste período.

    Quem trafegou pela via Parafuso também enfrentou problemas por causa de outro protesto pró-Dilma. Um grupo interditou a via no acesso de Salvador à cidade de Camaçari, na região metropolitana.

    Pela tarde, 16 mil pessoas, nos cálculos da PM, e 30 mil, segundo os manifestantes, foram às ruas no centro da cidade pela tarde. Cedro Silva, presidente da CUT, considerou a manifestação "um sucesso" e disse que espera 200 mil pessoas no próximo domingo (17) no ato pró-Dilma que acontecerá em frente ao Farol da Barra. "Já viramos o jogo na sociedade, mudamos a opinião pública. O povo não quer o golpe, o povo quer Dilma governando até 2018", disse.

    Além de sindicalistas, participaram do ato vereadores e deputados estaduais do PT. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) também participou e discursou contra o afastamento da presidente. O discurso vai de encontro à posição de seu partido, o PSB, que, na segunda-feira (11), se posicionou favorável ao impedimento.

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