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    o impeachment

    PT pede que TSE investigue empresas envolvidas em campanha de Aécio

    MÁRCIO FALCÃO
    DE BRASÍLIA

    15/04/2016 14h41

    Raul Spinassé - 17.out.2014/A Tarde/Folhapress
    Aécio Neves (PSDB), durante a campanha presidencial de 2014
    Aécio Neves (PSDB), durante a campanha presidencial de 2014

    O PT entrou nesta sexta-feira (15) com um pedido para que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) investigue nove empresas que prestaram serviços para a campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência, nas eleições de 2014. O partido requer ainda que os dados sejam repassados para apurações em várias frentes, como Polícia Federal e Ministério Público Federal.

    Os petistas alegam que há suspeitas de irregularidades nos serviços e também no registro dos gastos com empresas na prestação de contas de Aécio na disputa presidencial, que ainda não foi julgada pelo plenário do TSE.

    A solicitação será analisada pela ministra Maria Thereza de Assis Moura, que é relatora das contas de campanha do senador.

    Na ação, o PT aponta uma série de irregularidades. Entre os alvos estão prestadoras de serviços que receberam pelo menos R$ 66 milhões dos cofres da campanha tucana, principalmente na área de comunicação. Entre os casos está a contratação de empresas de uma coordenadora e um fotografo que atuavam na campanha.

    Segundo o PT, o "candidato informou ao TSE que a prestação de serviços seria de criação e inclusão de páginas na internet, todavia, um dos sócios da empresa é justamente fotografo do candidato".
    O partido argumenta ainda que várias empresas foram abertas durante o período eleitoral, prestando serviços aos tucanos, mesmo sem ter estrutura para a entrega do serviço. Também alegam que há suspeita de venda de notas e falta de contratos.

    O PT questiona, por exemplo, a contratação da 2014 Comunicação LTDA, que teria recebido R$ 59 milhões e não teria sido localizado na prestação de contas o contrato de prestação de serviços que estabelece as obrigações da contratada com o Comitê Eleitoral.

    "Uma empresa localizada em apenas uma sala de edifício comercial na capital mineira possa prestar serviços de produção de rádio e televisão, com efeito, seriam necessários estúdios, salas de gravação, ilhas de edição, entre outros, carecendo assim de verossimilhança quanto a entrega do produto contratado", diz o texto.

    "Dessa maneira, em função do alto volume de transações entre a candidatura e a referida empresa, bem como a não localização de contrato de prestação de serviços nos autos, existem indícios de que a empresa seria apenas "de fachada", devendo ser investigada a contratação', completou.

    Outro problema seria a incompatibilidade do serviço prestado pela empresa VTG Marketing e Relacionamento, especificamente para análise do objeto da prestação de serviço de entrega de premiações, com o pleito.

    O PT cita que há precedentes no TSE que permitem o envio das informações para investigação, como a decisão do ministro Gilmar Mendes que, no ano passado, pediu apuração de sete empresas que prestaram serviços para a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e receberam R$ 23 milhões.

    A Folha não localizou a defesa do senador Aécio Neves para comentar o pedido do PT e aguarda posição da assessoria de imprensa do PSDB.

    OUTRO LADO

    Em nota, o PSDB acusou o PT de criar factóides e disse que acionará a Justiça contra o adversário por litigância de ma fé, ou seja, quando uma das partes de um processo demanda intencionalmente com deslealdade e ou corrupção. Os tucanos apontam ainda que o PT, inclusive, é quem ainda deve explicações à Justiça Eleitoral.

    "É surpreendente que o Partido dos Trabalhadores, que responde a graves acusações em todas as áreas, inclusive na eleitoral, sobre as quais ainda não prestou explicações, tenha tempo ainda para criar factoides contra adversários numa tentativa de desviar a atenção da opinião pública às vésperas da votação do impeachment da presidente", diz o texto.

    "São rigorosa e vergonhosamente falsas as acusações feitas pelo PT. A prestação de contas do PSDB é pública e está à disposição da Justiça Eleitoral. Todas as empresas contratadas prestaram serviços corretamente", completou.

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