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    o impeachment

    Outro delator da Lava Jato acusa ex-senador Gim Argello de extorsão

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE SÃO PAULO

    15/04/2016 21h35

    O lobista Júlio Camargo, delator da Operação Lava Jato, acusou em depoimento o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) de pedir propina para não convocá-lo para ser ouvido na CPI da Petrobras, em 2014. Argello está preso desde a última terça (12), quando foi deflagrada a operação que apura a cobrança de pagamentos das empreiteiras OAS e UTC.

    Júlio Camargo disse em depoimento que, após ser pressionado, pagou R$ 200 mil em espécie a Valério Neves Campos, que trabalhava para a coligação do então senador na campanha eleitoral de 2014.

    Diego Padgurschi/Folhapress
    O ex-senador Gim Argello (PTB) é detido por agentes da PF, na 28ª fase da Operação Lava Jato, em Brasília (DF), nesta terça-feira
    OO ex-senador Gim Argello (PTB-DF) é preso na Operação Lava Jato

    O delator contou que à época da CPI os empreiteiros começaram a se preocupar com as consequências da apuração e articularam reuniões com Argello, sob a liderança de Léo Pinheiro, da OAS.

    Em um dos encontros, afirmou Camargo, o então senador disse que "aproveitaria a CPI para arrecadar contribuições". O valor cobrado seria de R$ 5 milhões por empresa, segundo o delator, e quem pagasse não seria chamado para a CPI.

    Camargo, que representava a Toyo Setal, disse que não tinha condições de pagar o valor e foi postergando o repasse.

    Os R$ 200 mil, disse, foram pagos em duas parcelas, com dinheiro do próprio bolso. O delator afirma que, com o avanço da Operação Lava Jato, as conversas com os congressistas cessaram. O depoimento foi tomado nesta quinta-feira (14).

    LIBERTAÇÕES

    Paulo César Roxo e Valério Neves Campos, ambos presos nesta fase da Lava Jato, receberam alvará de soltura do juiz Sergio Moro nesta sexta (15). Eles tinha sido detidos temporariamente, enquanto a prisão de Argello é preventiva (sem prazo determinado).

    Os dois são suspeitos de operar os pagamentos das empreiteiras para Argello para barrar a convocação na CPI.

    Em depoimentos, Roxo e Campos negaram ter cometido crime e afirmaram que apenas acertaram detalhes de uma doação da empreiteira UTC para a coligação de Argello na campanha eleitoral de 2014.

    Campos era secretário-geral da Câmara do Distrito Federal e contou que trabalhava como coordenador político do PR na eleição de 2014 no DF. Roxo se identificou como empresário de mídia exterior e afirmou que atuou no marketing das campanhas de José Roberto Arruda e Jofran Frejat (PR) ao governo do DF.

    Ele afirmou que Camargo intermediou um encontro com o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, e não falou sobre pagamentos feitos pelo lobista.

    A família de Argello criticou a prisão do político e afirma que o decreto é baseado em "denúncias não confirmadas".

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